Fernando Rocha - Mary Cruz
Fernando RochaMary Cruz
Por BRUNNA CONDINI | brunna.condini@odia.com.br

Rio - Conhecido pelo jeito espontâneo, Fernando Rocha, apresentador do programa 'Bem Estar', na Globo, lançou 'Na Medida do Possível', um livro que chama de um 'não-manual para uma vida saudável e feliz'. Na obra, o jornalista faz um relato sobre seus desafios de emagrecer, correr e dançar.

"Quando terminei há três anos e meio uma reportagem que falava de emagrecimento, eu pesava 120 kg e apresentava um programa de saúde", lembra Rocha. "O doutor Alfredo (Halpern, falecido em 2015 em decorrência de um câncer) foi meu grande incentivador nesse movimento de entendimento de que precisava me cuidar. Ele dizia que eu podia comer de tudo. Mas é preciso parar para pensar: pra que está comendo? Na liberdade pela liberdade, você está mais próximo da loucura do que de uma vida equilibrada".

Na obra, com seu bom humor característico, Fernando revela o esforço para emagrecer 20 quilos no projeto apelidado de 'Afina, Rocha', conta a experiência no palco da 'Dança dos Famosos' (participou da edição de 2015), do 'Domingão do Faustão', e fala da preparação para correr a São Silvestre, maratona da qual já participou cinco vezes.

"Tem uma fita métrica na capa do livro, justamente para isso. A ideia é você encontrar a sua medida. Já temos muitas medidas impostas pelo mundo. Mas acima disso, existe buscar sua forma de viver bem. E isso inclui movimento, dançar, fazer exercícios, mas de forma leve, sem pressão. São pequenos esforços. Usar a escada normal em vez da rolante, por exemplo", esclarece. "Quis mostrar três desafios que são comuns às pessoas, de uma forma geral: emagrecer, correr e dançar. Muitos não dançam por vergonha, não correm por falta de iniciativa e não fazem atividades físicas por preguiça".

VETOR DE MUDANÇA

O mineiro de Belo Horizonte conta que, na época do projeto 'Afina, Rocha', chegou a fazer uma dieta hipocalórica. "E o mais importante é quando você entende o que é a fome e o que é a vontade de comer. Fome é orgânica. Vontade de comer é afeto, raiva, ciúme, emoções variadas", explica Fernando. "São oito anos fazendo o programa. Sou uma pessoa completamente diferente de quando ele começou. Tenho outras preocupações. Quis deixar o tempo passar para lançar o livro. São três anos e meio mantendo o mesmo peso", compartilha.

Ele afirma ainda que colocar disciplina e movimento na rotina diária, desde então, fizeram toda a diferença. "Hoje, sou um magro feliz, mas represento quem um dia vai virar a ficha. Mais cedo ou mais tarde, essa mudança precisa acontecer", aconselha.

"Coloco nove horas de movimento no corpo por semana. Uso o carro o mínimo possível. Não consigo ficar sem o movimento na minha vida hoje. Me movimento todos os dias. São 15 mil passos por dia. A Sociedade de Cardiologia e Atividade Física Americana recomenda 10 mil. Meu relógio tem marcador e me lembra. Não fomos feitos para ficarmos sentados", diz.

Com irreverência, Fernando fala mais da sua experiência com a dança. "'Dança dos Famosos' foi uma experiência boa. Na verdade, ninguém está preocupado se você sabe dançar ou não. As pessoas se privam pensando no que os outros vão pensar", observa.

Sobre o seu 'Na Medida do Possível', ela comenta ainda. "Falo sobre como a corrida aconteceu pra mim. Muita gente diz que não consegue. Vai na sua medida. Vai a pé para casa, por exemplo", orienta. "No programa ('Bem Estar'), eu e a Mariana (Ferrão) representamos o vetor desta mudança. O livro é o resumo do meu ponto de vista, da experiência de oito anos".

DISCIPLINA É LIBERDADE

Prestes a completar 51 anos (em 18 de dezembro), o apresentador diz que o grande aprendizado destes últimos anos foi o estabelecimento de uma rotina mais regrada.

"Quero passar isso para as pessoas. Mudou a minha vida. Comecei com a alimentação, depois foi o movimento. Disciplina como forma de vida", revela. "Entendi que tudo tem sua hora, seu momento. Isso me tornou uma pessoa que aproveita mais isso. Os momentos com os amigos, por exemplo. Mas nunca sem controle, às vezes com menos".

No livro, Fernando também fala sobre um episódio de depressão. O intuito é mostrar que o importante é estar bem, mesmo sem se adequar às medidas e padrões impostos pela sociedade. "Tem muito de mim no livro. Espero que o público que gosta do 'Bem estar', de me ver dançando e das minhas histórias, possa me conhecer um pouco mais e ver como eu engrenei os desafios por um outro viés, um lado que nem sempre foi mostrado, e como de fato foi difícil e verdadeiro tudo o que passei", define o autor.

E o que diria para alguém que está na situação que você já esteve?

"Olha, você tem desculpas fantásticas para se ferrar legal. Você é seu grande sabotador", afirma. "Diria que ele está deixando de cuidar do que tem de mais precioso. E que essa falta de tempo, esse prazer imediato, é a falta de encontrar algo que goste realmente. Tente um dia voltar para casa a pé. Experimente. Ou passe a subir de escada, descer. Comece a suar. Não se sabote. Se não der para voltar a pé, suba de escada, pelo menos. Coloque endorfina. Tempo é prioridade, não é desculpa. Não se esconda nisso. Coloque na vida aquele trecho da música do Renato Russo: "Disciplina é liberdade...". Porque é. Não dá para se permitir tudo toda hora. Tudo na sua medida do possível", diz.

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