Marcelo Falcão Divulgação

Rio - Música para Marcelo Falcão, de 50 anos, é sentimento. Em seu segundo álbum solo, o cantor promete transmitir ao público toda sua positividade e resiliência. No primeiro single deste trabalho, "Refletir (Resista)", em parceria com Toni Garrido, o artista ressalta a importância de viver o hoje como se fosse o último dia de nossas vidas, de acreditar mais nos nossos sonhos e ter mais empatia pelo outro. 
"Essa música vem nessa história de que a gente viveu um momento muito terrível com a pandemia. Foi um momento triste para todo mundo, inclusive para mim, que também tive pessoas conhecidas que se foram. A reflexão é que o melhor dia deve ser hoje. A gente tem que acordar tentando fazer do nosso dia o melhor. No meu coração, nesse momento, eu precisava falar dessa história do individual, mas que o individual faça soma para a história coletiva. Que a gente não julgue sem conhecer a pessoa, que a gente não esmoreça, que a gente não abaixe a cabeça na primeira dificuldade que a gente encontra, que a gente seja resistente e resiliente", frisa o artista. 
Amigo de Toni Garrido de longa data, Falcão encontrou nessa canção a oportunidade certa para dividir os vocais com o cantor. "Toni entra (na música) como um ser querido, que sempre fez parte da minha vida. Ele vem como uma curiosidade de querer ouvi-lo cantando uma canção minha. Achei que era um grande momento de chamar para Toni. Acabou acontecendo e foi de uma forma muito feliz", diz Falcão. "Acho que tudo é uma conexão de amizade. Para mim, não existe música, parceria e feat sem amizade", completa.
Além de Toni, há vários outros artistas que dividem os vocais com Marcelo em seu novo álbum. "Tem o Orochi, L7NNON e Cynthia Luz, tem o (Filipe) Ret, o MC Cabelinho. Também vai ter o Hungria, Rapadura", adianta o cantor. "A amizade que eles têm e o carinho comigo é de ficar muito orgulhoso. Eu posso através da música continuar fazendo amigos e ser relevante nessa questão de elevar o nível, de querer levar o melhor paras pessoas através da música. Estou muito feliz que um dia eles me procuraram, que um dia eu pude fazer uma música com eles e eles puderam fazer isso comigo", vibra.
Falcão também comenta sua função como artista. "Acho que era necessário eu continuar com esse espírito que tenho, minha função como cantor e compositor é levar esperança através das letras, do que eu acredito, e tem muitas pessoas que se identificam comigo há muitos anos nisso", afirma ele, que destaca: "Botei sempre amor e carinho em tudo o que eu faço. Sempre tentei fazer o meu melhor dentro do que eu tinha, de onde fui criado, o que vivi. Eu não colocar esses sentimentos na minha música, não desejar ouvi-las, me reanimar e me reinventar, motivar todos os dias com elas seria uma vida de 'já foi'. Minha felicidade é trabalhar com música, meus sentimentos todos estão voltados para essa história, tento acolher ao máximo tudo e todos que estão comigo". 
Cria da Zona Norte 
Marcelo Falcão tem o maior orgulho de suas origens. Nascido no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, o cantor conta que ainda frequenta o bairro e que recebe muito carinho dos moradores do local. "Estava lá essa semana na festa julina. Recebi muito carinho. Jamais deixarei de ficar com os pés no chão. Esses pés no chão e essa criação que tive me fizeram conhecer o mundo através da música. Do meu coração, só tenho orgulho de onde eu vim, de poder cantar e contar minha história, o que acredito. Fico muito feliz de ver a reciprocidade e o carinho que as pessoas tem por mim". 
O artista, inclusive, não se priva de rodar a cidade devido a fama. "Nunca deixo de ir na Mangueira, no Complexo do Alemão, no Vidigal, na Rocinha. São lugares do Rio de Janeiro que fui acolhido e me sinto em casa, em paz. E passo a curtir e ouvir o que está acontecendo em termos de som popular que está rolando na comunidade em tempo real. Tenho muitos amigos não só no subúrbio, como no Rio de Janeiro inteiro". 
Possível retorno de O Rappa
Falcão foi vocalista de O Rappa ao longo de 25 anos. A banda anunciou uma pausa por tempo indeterminado em 2017, mas o cantor não descarta uma possível volta o grupo.  "A gente tem nosso tempo. Assinei com uma nova gravadora. O Rappa ainda é atrelado a Warner Music. Agora, sou um artista da Virgin. Tenho um contrato, sou um cara de dar minha palavra e cumprir. Então, preciso cumprir tudo o que tenho que cumprir e fazer bem feito o que me programei para fazer. Nunca descartei e nem descarto (o retorno). Algumas pessoas falam que O Rappa acabou, quero até corrigir: O Rappa não acabou, deu uma parada para que pessoas pudessem viajar para outros países, morar em outros países e eu vou continuar com a música, porque não consigo viver sem ela. Era isso que eu queria estar fazendo, estou fazendo. Estou feliz com esse momento", diz ele. 
"Nunca descartaria uma volta porque se eu tive oportunidade de viajar o mundo, de conhecer muitas pessoas, fãs, foi porque me reuni com alguns amigos, no caso o Xandão, Lobato e Lauro. Sou muito feliz de ter eles no meu coração sempre. E saber que tudo é uma fase em nossas vidas. Cada momento a gente curte aquilo que a gente está programado. No meu caso, agora, tenho que cumprir meu contrato, meus discos, minhas músicas, meus clipes, fazer tudo bem feito, cuidar da minha banda... Depois disso tudo, só posso falar pra você, eu encontrando com meus amigos: 'quem sabe?'", dispara.