Sandy Brunno Rangel / Divulgação

Rio - Com o lançamento de "Nós, Voz, Eles - Ao Vivo", Sandy acredita ter encerrado o ciclo deste projeto. Gravado no fim do ano passado, em uma casa de shows de São Paulo, o audiovisual teve as participações de Agnes Nunes, Amaro Freitas, Anavitória, IZA, Lucas Lima, Maria Gadú, Melim, OUTROEU, Thiaguinho, Vitor Kley, Wanessa Camargo e Xororó.
"Foi emocionante para mim, me senti honrada por ter todos aqueles artistas me prestigiando, me abraçando, me acarinhando com a presença e o talento deles, que vem enriquecer ainda mais esse DVD. Estou muito satisfeita com o resultado. Desde do primeiro momento em que vi o primeiro corte que o diretor me mandou, já fiquei super emocionada. Eu me transporto de novo para aquela noite, que parecia mais uma coisa mágica, quem estava ali comentava exatamente isso. A vibe estava muito bonita", diz.
A cantora de 40 anos ainda admite ficar sem jeito com os elogios que recebe dos colegas de profissão. "Fico um pouco desconcertada. As vezes recebo tantos elogios... Não espero que as pessoas, meus colegas de profissão, tenham nervoso de estar comigo. Essas falas deles no palco mesmo me deixaram muito surpresa e desconcertada em alguns momentos. Porque eu não imaginaria isso. Muitos deles falaram: 'ah, sou fã', 'é muito importante estar aqui com você, é a realização de um sonho'. Achei muito generoso da parte deles abrirem o coração e falarem essas coisas. Me senti lisonjeada, muito acarinhada por todos esses elogios e honrada. Em alguns momentos fiquei tímida, porque não esperava", assume Sandy. 
O repertório é composto por canções do projeto "Nós, Voz, Eles" e por outras músicas que marcaram sua carreira solo. "Escolho as músicas mais importantes, que eu sei que a galera gosta mais, as que já divulguei, as da minha carreira solo. As outras são todas do projeto mesmo. Esse é um registro ao vivo do que a gente fez aqui no estúdio (de sua casa) com a galera. Não foi difícil escolher esse repertório", afirma.  
Este trabalho é um marco na carreira de Sandy por ser o 10º DVD lançado em 33 anos de carreira. Disponível no canal oficial da artista no YouTube, o produto físico deste projeto tem lançamento previsto ainda neste ano. Em paralelo, a cantora segue agenda de shows por todo o Brasil. No Rio, Sandy se apresenta no dia 26 de agosto, no Qualistage, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. "Agora só estou pensando nessa turnê, que acabei de estrear. Estou feliz com o resultado dela. Por onde tenho passado, tenho recebido muito carinho", diz. 
A filha de Xororó e Noely também abre o jogo e revela a possibilidade de lançar um novo disco de inéditas. "No ano que vem vou começar a pensar em um novo projeto de inéditas. Sinto que fechamos um ciclo com o 'Nós Voz Eles - Ao Vivo'. Não sei se algum dia vou fazer o três, não tenho planos para isso. Mas pretendo que o próximo projeto seja solo, de composições inéditas", adianta.  
Homenagem a Patrícia Kisser
Apesar de ter um carinho especial por todo o repertório, Sandy aponta a música "De Cada Vez" como uma das mais especiais do projeto. A canção é uma homenagem a sua amiga Patrícia Kisser, que morreu no ano passado, em decorrência de um câncer no cólon. Ela era mulher do roqueiro Andreas Kisser, do Sepultura. 
"Toda vez que eu canto dedico mentalmente a minha comadre, a Paty. Foi a última música cantei para ela no hospital, quando ainda estava viva. Ela tem toda essa simbologia para mim. Não posso dizer que é minha música preferida do DVD, mas ela traz essa coisa especial", desabafa a cantora, que deu mais detalhes sobre o momento em que cantou a música, que não é de composição sua, para a amiga.
"Quando eu estava no hospital visitando a Paty pela última vez a música ainda não estava finalizada, estava uma voz guia. Não tinha gravado com a Agnes Nunes ainda. Dei um play no celular no hospital e botei para ela ouvir. Ela conseguiu ouvir e elogiou. Todo mundo que estava em volta, a família, chorou. Foi um momento muito emocionante para todos nós. Depois disso, toda vez que eu canto é automático aquilo vir a minha cabeça. E a família dela sabe disso", comenta. 
Legião de fãs fiéis
Mesmo com mais de três décadas de carreira, Sandy ainda se surpreende com a quantidade de fãs que conquistou. "A gente não tem a total noção. Quando teve a turnê Sandy e Junior a gente entendeu a dimensão do nosso nome, do que tinha sido nosso trabalho em dupla e como isso ainda estava presente na vida das pessoas. Foi muito bonito de ver tudo isso. Quando eu saí em carreira solo, foi como um salto de pé, mudei o estilo musical, compunha minhas próprias músicas, com outros parceiros". 

"Eu só faço música que acredito, não gravo porque alguém disse que tem que ser, porque acham que vai fazer sucesso. Gravo o que me expressa e me representa. Tudo o que envolve meu trabalho tem que me representar enquanto artista e pessoa. Não tenho mais nada que provar para ninguém. Tenho 33 anos de carreira. Preciso fazer coisas que eu acredito, senão, não vale a pena. Meu público não é o do artista mais famoso do Brasil, é um público reduzido, mas que acredita muito, que gosta muito, é muito fiel. Entra ano, sai ano, está lá consumindo meu trabalho, indo a shows. Isso para mim, não tem preço", completa.
Críticas por foto com fãs 
Após dividir os vocais pela primeira vez com Wanessa na música "Leve", no "Nós, Voz, Eles 2", e afastar supostos boatos de rivalidade entre elas, Sandy comenta as comparações que as duas tem recebido recentemente em relação ao tratamento com os fãs. Internautas acusaram a filha de Xororó de só tirar fotos com os fãs separada por uma grade. 
"Nem vejo, porque não vale a pena. Esse tipo de coisa é cilada mesmo. Pegaram a Wanessa atendendo fãs na saída do hotel, tinha poucos fãs ali, e eu saindo da Globo, onde já tinha passado, já tinha recebido um monte de fã, um a um. Depois dou um tchau geral ali e eles pegam essa parte e editam. É cilada mesmo, e outra: não foi só com a Wanessa, foi com outras pessoas. Não fizeram só comigo. Fizeram uma montagem ridícula. Nem paro para olhar, porque não vale a pena. São coisas inventadas", ressalta. 
Inteligência Artificial 
Sandy admite ter um "pé atrás" em relação ao uso de inteligência artificial, mas não descarta o uso da tecnologia em um trabalho futuro. "Eu nunca entrei no chatGPT... Eu tenho um cuidado, eu tenho um pé atrás com isso, tenho bastante medo, porque a gente sabe que os riscos são enormes e até ainda difíceis de medir. É difícil para nossa mente humana entender o limite disso tudo, tudo o que é possível, o que a gente vai ter de consequências da chegada da inteligência artificial... Acho uma coisa arriscada, complexa e difícil de discutir. Mas já tive uma consulta ou outra assim, tipo, 'a gente gostaria que você fizesse uma música junto do chatGPT de tal forma'... Eu ainda não quis mesmo, estou me segurando um pouco para depois ir sentindo o meu momento. Mas se for fazer alguma coisa, será alguma coisa do bem", avalia. 
Ano de muito trabalho 
Sandy também fala sobre a rotina intensa de trabalho dela e do marido, Lucas Lima, no primeiro semestre deste ano. Ele ensaiou e estrelou o musical "Once", já ela gravou o filme "Evidências do Amor", em que forma par romântico com Fábio Porchat, além de seus compromissos musicais.
"Foi bem complicado. O mais difícil foi por causa do filme que eu fiz com o Porchat e o Lucas estava em cartaz nessa época. Antes disso, ele começou os ensaios do musical. O período de ensaios foi muito puxado, ele ficou muito tempo em São Paulo e a gente se via uma ou duas vezes por semana. Foi difícil por causa da saudade mesmo", relembra. "Foi aquela bagunça para conseguir estar juntinho. Foi difícil, mas sobrevivemos. Sabíamos que era uma coisa que tinha data para acabar. Buscamos muita paciência para ficar longe do marido, do pai, que sempre foi muito presente. O Lucas trabalha muito no estúdio em casa e isso facilita a nossa vida normalmente. Esse ano foi um ano atípico", frisa ela, que irá fazer uma nova viagem com o marido em breve.