Paulo Miranda (à esquerda) e Carlinhos Maracanã: dois ex-presidentes da PortelaDivulgação
Publicado 13/07/2021 20:46
Rio - Morreu nesta terça-feira (13), aos 96 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória, Paulo Miranda, benemérito e ex-presidente da Portela. Ele era o componente mais antigo da escola.
Nascido em 31 de outubro de 1924, em Irajá, na Zona Norte, começou a desfilar ainda menino. Participou ativamente da Portela a partir de 1947, último ano do famoso heptacampeonato da agremiação. Neste período, fundou a “ala dos Nobres”, da qual foi presidente por mais de dez anos.
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Exibindo seu talento como passista, Paulo Miranda fazia sucesso não apenas no antigo terreiro da Portela, em volta da velha Jaqueira, como também ao lado de nomes como Ataulfo Alves e Carlos Machado, conhecendo, graças às suas habilidades nos passos do samba, vários países da Europa e os Estados Unidos.
Em 1953, ano do primeiro Supercampeonato conquistado por uma escola de samba, Paulo assumiu pela primeira vez a condição de diretor de Harmonia, e, sete anos depois, em 1960, foi alçado à condição de vice-presidente de Harmonia. Foi como especialista neste segmento que ele se consagrou, assumindo na Avenida as responsabilidades de diretor pelas décadas seguintes, mesmo quando passou a exercer diretamente cargos administrativos, na década de 1980.
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No ano de 1985, na gestão de Carlinhos Maracanã, passou a exercer a função de vice-presidente da Portela, cargo que ocupou até meados de 1994. Entre 1995 e 1997, durante a gestão de Luiz Carlos Escafura, foi presidente do Conselho Deliberativo.
Em 1997, foi eleito para o cargo máximo da escola, presidente executivo, permanecendo até meados de 1999. Sob o seu comando, a Portela apresentou os enredos 'Os Olhos da Noite', que rendeu a quarta colocação, e 'De Volta aos Caminhos de Minas Gerais', oitavo lugar. Em meados de 1999, com o retorno de Maracanã, Paulo assumiu novamente o posto de vice.
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Em 2004, após a renúncia de Carlinhos Maracanã, assumiu a presidência interinamente, conduzindo a escola em meio à turbulência política que antecedeu à eleição de Nilo Figueiredo. A partir desta data, ele, seguindo o Estatuto da escola, como ex-presidente passou a integrar o Conselho Deliberativo na condição de membro nato.
No desfile de 2020, o ex-dirigente marcou presença na Sapucaí e viu o desfile da Portela de um camarote em frente ao Setor 1. Em novembro do ano passado, ele chegou a ficar internado durante 30 dias, por causa de uma infecção urinária.
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Paulo Miranda teve quatro filhos, sendo dois já falecidos. Deixa também sete netos.
A Portela divulgou uma nota de pesar em suas redes sociais. "O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão, e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento e se solidarizam com seus familiares e amigos", diz o texto. Ainda não há informações sobre o sepultamento.
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