Publicado 20/01/2024 21:18 | Atualizado 21/01/2024 12:34
Rio - O entregador Max Ângelo dos Santos, que foi agredido e ofendido pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Corrêa de Sá em abril do ano passado, em São Conrado, Zona Sul do Rio, desfilará pelo Paraíso do Tuiuti. Ele será João Cândido na terceira alegoria da escola, que levará ao Sambódromo um enredo sobre a Revolta da Chibata e seu líder.
Max esteve neste sábado (20) no barracão da agremiação, na Cidade do Samba, e falou com o carnavalesco Jack Vasconcelos. O entregador agradeceu o convite e confirmou presença já no ensaio técnico deste domingo (21), na Sapucaí.
"O que aconteceu comigo, mais de um século depois da revolta liderada pelo João Cândido, não pode acontecer nunca mais. Vai ser uma responsabilidade muito grande representar esse herói na Marquês de Sapucaí. Fiquei muito honrado com o convite do Tuiuti", afirmou Max.
Para o carnavalesco, a presença do entregador no desfile promete emocionar o público e alertar que casos de agressões ao povo preto não podem ficar impunes.
"A agressão sofrida pelo Max foi muito importante na definição do nosso enredo para o Carnaval. A gente não pode aceitar nenhum tipo de agressão, muito menos física e da forma que foi. O Max é um personagem muito simbólico dentro do desfile", contou o artista.
Outros nomes já confirmados
O ator Izak Dahora também vai marcar presença na apresentação do Tuiuti. O eterno saci do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" estará em um dos tripés do desfile, representando João Cândido em outra fase da vida. O jornalista Ernesto Xavier e o próprio filho do Almirante Negro, Seu Candinho, farão as demais interpretações.
Na folia deste ano, o Tuiuti vai desfilar com o enredo "Glória ao Almirante Negro!", desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, homenageando a vida e história de João Cândido, marinheiro que se empenhou na luta contra os maus-tratos, a má alimentação e as chibatadas sofridas pelos colegas no início do século XX. A azul e amarelo será a quinta a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
"O que aconteceu comigo, mais de um século depois da revolta liderada pelo João Cândido, não pode acontecer nunca mais. Vai ser uma responsabilidade muito grande representar esse herói na Marquês de Sapucaí. Fiquei muito honrado com o convite do Tuiuti", afirmou Max.
Para o carnavalesco, a presença do entregador no desfile promete emocionar o público e alertar que casos de agressões ao povo preto não podem ficar impunes.
"A agressão sofrida pelo Max foi muito importante na definição do nosso enredo para o Carnaval. A gente não pode aceitar nenhum tipo de agressão, muito menos física e da forma que foi. O Max é um personagem muito simbólico dentro do desfile", contou o artista.
Outros nomes já confirmados
O ator Izak Dahora também vai marcar presença na apresentação do Tuiuti. O eterno saci do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" estará em um dos tripés do desfile, representando João Cândido em outra fase da vida. O jornalista Ernesto Xavier e o próprio filho do Almirante Negro, Seu Candinho, farão as demais interpretações.
Na folia deste ano, o Tuiuti vai desfilar com o enredo "Glória ao Almirante Negro!", desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, homenageando a vida e história de João Cândido, marinheiro que se empenhou na luta contra os maus-tratos, a má alimentação e as chibatadas sofridas pelos colegas no início do século XX. A azul e amarelo será a quinta a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Relembre o caso
As agressões contra Max aconteceram no dia 9 de abril de 2023 em São Conrado e foram gravadas por testemunhas. Nas imagens, é possível ver a ex-atleta Sandra Mathias puxando e agredindo o entregador. A mulher dá um soco em Max e o agarra pela roupa. Em seguida, ele se esquiva e se afasta. Sandra, então, diz: "Tu (sic) não vai embora não, filha da p...".
O crime aconteceu depois que Sandra se revoltou com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847. Segundo Max, a mulher passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão, na frente da vítima, e seguiu andando com animal. Ao voltar, uma entregadora questionou o motivo da raiva da ex-jogadora, que se alterou e passou a ofender e agredir os trabalhadores.
"No domingo, a gente estava sentado como de praxe, como a gente faz todo santo dia, esperando a entrega e ela passou, passeando com o cachorro. Quando chegou na nossa frente, ela olhou para mim com cara de nojo e cuspiu no chão e seguiu o caminho. Quando ela voltou, minutos depois, a menina perguntou para ela por que ela tinha tanta raiva da gente e aí começaram as alterações, as agressões verbais, seguidas de agressões físicas", relatou Max na época.
"(Me) chamou de marginal, de preto, disse que eu tinha que voltar para a favela, que eu não tenho que estar em São Conrado, que ela paga IPTU e muitas outras coisas, me mandou tomar em tudo quanto é lugar", completou.
Sandra agrediu com socos e com a guia de uma coleira de cachorro. Ela foi indiciada pela 15ª DP (Gávea) pelos crimes de lesão corporal, injúria e perseguição (stalking).
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