Por karilayn.areias

Rio - Atraindo cerca de 1.500 fiéis a cada missa que celebra na paróquia Santíssima Trindade, no Butantã (São Paulo), o padre cantor Marcos Roberto Pires pode se preparar para ver seu rebanho aumentar assim que, nesta sexta, chegar às lojas seu primeiro CD pela multinacional Universal, ‘O Senhor É Rei’. A igreja vai lotar não apenas de católicos fervorosos, como também de pessoas a fim de ver de perto um padre que canta rocks católicos com vozeirão e ainda tem um topete igualzinho ao do rei do estilo, Elvis Presley. Não por acaso, Padre Marcos é conhecido justamente como Padre Elvis. E não esconde que é fã do astro e foi marcado pela notícia da morte do cantor, em 1977.

Padre Marcos posa com seu topete na foto de divulgação Divulgação

“Lembro do Cid Moreira anunciando a morte dele. Eu era criança na época”, conta o padre, de 46 anos, que gravou o CD ao vivo na própria paróquia. “Comecei a ouvir as músicas do Elvis e me identifiquei com o estilo dele. Mas nunca quis imitá-lo. Sempre tive cabelo cheio e gostava de fazer penteados diferentes. Quem começou com essa história de Padre Elvis foi o pessoal de fora, que vinha pela primeira vez à igreja. Os fiéis que conhecem minha espiritualidade só me chamam de Padre Marcos.”

Criador de coreografias imitadas pelos fiéis, o sacerdote é realmente fã de rock. Seu repertório tem sons dançantes e baladas como ‘Derrama O Teu Amor Aqui’, ‘Vem Cantar’ e ‘A Tenda’. Ele só dispensa sons muito pesados. “Gosto dos anos 80, e de Beatles, Rolling Stones, Johnny Rivers, Bee Gees”, relata. Começou a trabalhar aos 15 anos e foi professor de Geografia. Namorou bastante e chegou a ser noivo, mas diz nunca ter sido o terror da mulherada. “Eu era tímido. Sou até hoje, tenho que dominar a timidez. Dizem que me transformo quando estou lá na frente”. Ele conta que nunca pensou em ser um padre cantor, mas que resolveu adotar a música para ajudar nas missas e reflexões. “Ela nos leva ao encontro com Deus”, analisa Marcos, cujo medidor de sucesso foi a quantidade de gente que ficava de fora das missas. O padre gravou um CD independente, ‘Eu Vou Por Amor’, para ampliar as instalações da igreja e começou a chamar a atenção não apenas de novos fiéis, como de gravadoras. E também de editoras, já que, junto com o CD, ele lança também seu primeiro livro, ‘Não Há Mal Que Possa Me Vencer’ (Ed. Petra, 110 págs, R$ 21,90).

Padre comanda os seus mais de mil fiéis na paróquia do Butantã Reprodução

Será que o padre — que já reuniu três mil fiéis numa de suas missas de cura e libertação, às quintas — arrisca uma explicação para o sucesso? “Olha... pode ter sido pelo estilo diferente, que muita gente estava esperando. Eu procuro andar junto com o povo e falar a linguagem dele, o que também ajuda”, avalia Padre Marcos. Ele já usou a palavra ‘porrada’ numa missa certa vez. “Mas a gente leva mesmo muitas porradas da vida! Quando falo isso, o fiel vê que falo a língua dele. Muita gente fala bonitinho, eu falo o que meu coração sente. Mas lógico que evito expressões mais chulas.”

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