Publicado 15/06/2022 18:57 | Atualizado 15/06/2022 19:08
Rio - A doceira Silene usou as redes sociais para se pronunciar sobre o caso de racismo que aconteceu recentemente no "É de Casa", da TV Globo. Na madrugada desta quarta-feira, a cozinheira publicou um desabafo nos Stories do Instagram e abriu o jogo sobre a situação que viveu, após a apresentadora Talitha Morete pedir Silene que servisse uma bandeja repleta de cocadas para as pessoas do estúdio.
"Eu fui surpreendida por muitas mensagens de apoio e não tinha entendido o porquê! Eu ainda estou meio perdida pois foi tudo muito novo pra mim", começou Silene. "Eu escrevo não para diminuir ou banalizar as dores de ninguém, pois sei que muitos se sentiram machucados com a cena, porém, naquele momento, eu não tive esse sentimento. Ao contrário, fui muito bem recebida e acolhida por todos", continuou.
Em seguida, a doceira destacou que foi convidada ao programa por Talitha, que conheceu Silene enquanto fazia as unhas em um salão de beleza. "Para quem não sabe, Talitha foi um instrumento para que eu pudesse ter a oportunidade de ser apresentada a vocês e sou muito grata por isso. Eu jamais poderia vir aqui incitar ódio a uma pessoa que, na minha concepção, não teve a intenção de reproduzir qualquer tipo de violência. Então, eu peço a todos que não a ataquem", escreveu.
"A todos vocês que estão chegando agora, vão me conhecer e saber que eu sou da paz, meu propósito não é guerra. Quero deixar também a minha gratidão e meu abraço para o Manoel [Soares], pela gentileza e todo cuidado que teve. Um beijo a todos, sintam-se abraçados", finalizou Silene, citando o jornalista que impediu, sutilmente, que a única mulher preta no matinal servisse os demais presentes.
Na última terça-feira, Talitha Morete também foi ao Instagram para se retratar pela atitude, que foi entendida pelo público como um reflexo do racismo estrutural. "Errei e não há nada a ser dito para justificar ou minimizar esse erro, a não ser me desculpar. Desde sábado, eu tenho refletido sobre o ocorrido. Eu tenho refletido sobre o lugar que ocupei nesse contexto. Como ser humano, como comunicadora, quero transformar esse episódio em aprendizado e num compromisso de vigília antirracista constante", disse ela.
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