Cacau interpreta TerezinhaReprodução de vídeo / Multishow

Rio - Cacau Protásio, de 48 anos, se manifestou no Instagram, nesta quarta-feira (23), após ser acusada de ser a responsável pela demissão de um dos roteiristas do seriado "Vai que Cola", do Multishow. Em longo desabafo, a artista esclareceu que não tem o poder de demitir ninguém, já que também é funcionária da empresa, e informou que trata todos com igualdade e respeito.  
"Sou funcionária da Globo há mais de 11 anos, sendo 11 temporadas do 'Vai que Cola'. Como qualquer outro funcionário da empresa, eu não tenho o poder de demitir nem de admitir ninguém. A Globo e o Multishow são duas empresas grandes, e só elas podem tomar qualquer decisão em relação ao assunto", começou ela, que interpreta a Terezinha na série. 
"Eu jamais 'tirei trabalho' de ninguém. Pelo contrário, além de atriz, sou empresária e emprego diversos funcionários em minhas lojas. Quem convive comigo sabe o quanto eu respeito e trato todos que estão a minha volta com igualdade e muito respeito", continuou.
"Eu lamento muito pelas demissão de qualquer pessoa. E eu, Cacau Protásio, repito aqui: não tenho poder e direito de pedir a demissão de alguém, pois sou funcionária da emissora. Em uma produção, cada peça exerce sua função e seu papel. No caso específico dos roteiros, recebemos antes das gravações, e neles não constam os nomes dos autores de cada episódio. É normal que ocorram adaptações por parte dos atores, para que possam ficar dentro da nossa embocadura", explicou.
"Sei que vão me amar e vão me odiar, obrigada pelo amor e carinho daqueles que me amam. Eu respeito as pessoas que eu não agrado. PS: eu não vou aceitar agressões aqui na minha página!", concluiu. 
Entenda 
Nesta semana, uma carta aberta escrita por roteiristas do "Vai que Cola" para a equipe do programa se tornou pública. Nela, os profissionais lamentam a demissão de André Gabeh e dizem que o roteirista foi "perseguido" por parte do elenco. 
"A implicância ou perseguição, por parte do elenco, com o autor não é de hoje. Desde o ano passado, André Gabeh vem sendo melindrado e diminuído. E mesmo assim, seguia exercendo seu trabalho com empenho e competência. Recebemos com consternação a notícia de que ele havia sido demitido faltando menos de um mês para encerrarmos a sala de roteiro. Nosso trabalho é feito em equipe e uma perda dessas, além de injusta, pois o mesmo nunca deixou de cumprir prazos e realizar seu trabalho com excelência, abala a todos. Somos profissionais, mas antes de tudo, seres humanos", dizia um trecho da carta, publicado pelo site "Notícias da TV".
Em outro momento, os roteiristas criticam a forma como são tratados pelo elenco do humorístico, sem citar nomes, e contam que a "atmosfera de trabalho é de medo". "Como artistas, respeitamos todos os talentos que fazem do 'Vai que Cola' o maior programa de humor do país. Infelizmente o respeito não é recíproco. A maioria dos roteiristas deste programa trabalha há anos no mercado, e já fez parte deste e de outros projetos muito bem-sucedidos e premiados. Temos certeza de que entregamos roteiros com qualidade, mesmo levando em conta as difíceis exigências impostas para a feitura das sinopses, escaletas e roteiros, tais como: prazos apertados, ausência de personagens importantes, indisponibilidade do elenco para gravação etc", afirmaram. "Atualmente, a atmosfera de trabalho é de apreensão e medo, pois os roteiros recebem diversas críticas infundadas e abstratas", completaram. 
Gabeh agradece apoio dos colegas e se defende
Após ser demitido, André Gabeh agradeceu o apoio que tem recebido dos colegas de trabalho. Em uma publicação feita no Facebook, o roteirista ainda esclareceu que nunca escreveu "nada político ou militante" em textos do "Vai que Cola". 
"Fingir que nada está acontecendo seria desrespeitoso com pessoas queridas que foram expostas em uma ação que me favorecia. Então vou falar algumas coisas. Devo essa reverência. Pois, primeiro de tudo, nunca escrevi nada político ou militante em nenhum texto meu do 'Vai que Cola'. Mesmo se eu surtasse e escrevesse algo desse tipo, os meus supervisores tirariam do texto. E como somos orientados a não falar nada nesse sentido, aí sim eu teria uma demissão justa. Mas repito: Nunca escrevi uma linha política ou militante para o programa supra citado. Me sinto até honrado por acharem que me demitiram por eu tentar levar reflexão aos textos do programa, mas não tinha esse poder e só queria fazer meu trabalho da melhor maneira possível", frisou ele, que foi um dos participantes do "Big Brother Brasil 1", da TV Globo, e também é cantor.  
O profissional também disse que não está pronto para falar mais sobre o assunto. "Agora nesse momento eu não vou me estender sobre algumas coisas, porque ainda não estou preparado para isso. Não quero que nada do que eu falar tenha auras vitimistas ou revanchistas. Aqui na internet a gente fala A e o disposto ao ódio entende URUBU. Não estou pronto", avisou ele, que, em seguida, agradeceu o posicionamento dos amigos em sua defesa.  
"Obrigado aos roteiristas que se posicionaram diante da injustiça que fizeram comigo. Se posicionaram por empatia, se posicionaram por humanidade, se posicionaram por generosidade e também se posicionaram por se respeitarem, por se saberem valorosos, importantes e relevantes. Se posicionaram em uma carta aberta, lúcida, profissional e objetiva. Falaram por mim, falaram por eles e falaram por vários outros roteiristas".  
Multishow se posiciona
O Multishow informou, em nota enviada ao O DIA, nesta quinta-feira, que está acompanhando a polêmica e reforça que 'situações de discriminação e assédio não são toleradas' pela emissora. 
"O Multishow está acompanhando atentamente o caso de roteiristas do Vai Que Cola que vieram a público relatar problemas de relacionamento com colegas de equipe e com o elenco do programa. Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa, com o elenco e com os profissionais que relataram supostas situações de abuso. O Código de Ética da Globo estabelece que situações de discriminação e assédio não são toleradas. Quando denúncias desta natureza chegam ao conhecimento do canal, elas são devidamente apuradas e, conforme o caso, são feitos ajustes de processos e outras medidas corretivas", diz o comunicado.