Publicado 18/10/2024 19:36
Rio - Selton Mello não conseguiu segurar a emoção ao falar sobre o filme "Ainda Estou Aqui", que chega aos cinemas em 7 de novembro. Em coletiva de imprensa, em São Paulo, o ator contou que o filme, uma adaptação do livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, acabou se tornando algo pessoal.
Publicidade"Eu sou da geração que foi completamente impactada pelo [livro] 'Feliz Ano Velho'. Eu amo o Marcelo [Rubens Paiva], respeito ele, nunca imaginaria na vida que um dia ia fazer o pai do Marcelo. Tem sido muito emocionante, não vou fingir aqui", afirmou Selton com a voz embargada.
O ator também se emocionou ao falar sobre a parceria com Fernanda Torres, responsável por interpretar Eunice Paiva, mãe do escritor, que precisou se reinventar com a morte do marido. "Um reencontro lindo com a Nanda Torres, que eu amo, que eu respeito, que eu torço... foi tão bonito [trabalhar] com a Nanda... tão bonito!", afirmou sem segurar as lágrimas.
Em seguida, Selton refletiu sobre a proposta da produção e como ela tocou em uma parte sensível de sua vida. "É um filme sobre memória. E a gente tem no fim desse filme a Fernanda Montenegro com Alzheimer... e foi assim que eu perdi a minha mãe também, há não muito tempo. Começa com uma viagem muito pessoal do Waltinho [Walter Salles, diretor de "Ainda Estou Aqui"] visitando esse lugar que ele viveu, mas, aos poucos, esse filme foi se tornando nosso, se tornando uma grande viagem interna para todos nós. Está muito emocionante ver tudo isso", disse.
Durante a coletiva, em outro momento, Selton Mello revelou que precisou engordar 20 quilos para viver o personagem. "Foi uma transformação física grande. Foram 20 quilos... era muita coisa! Inclusive, depois foi difícil perder, com 51 anos, mas tudo bem. O personagem precisava disso para dar esse caráter paizão e como era a própria figura do Rubens [Paiva]... isso é parte do trabalho", contou.
O filme, exibido pela primeira vez no Brasil na Mostra de São Paulo, fez sucesso em festivais internacionais, como o de Veneza, onde ganhou o prêmio de Melhor Roteiro e foi aplaudido por cerca de dez minutos em sua estreia. "Ainda Estou Aqui" também disputa uma vaga no Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional
"A gente está bem emocionado de estar aqui. É o início da nossa história, do nosso encontro com os brasileiros, com o nosso público, com a nossa língua. E é aquela história: falando da nossa aldeia a gente toca o mundo. E isso é o que vem acontecendo nessas viagens ao redor desses festivais", celebra Selton Mello.
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