Por raphael.perucci

Rio - Já na primeira semana de ‘Em Família’, Helena, vivida pelas atrizes Julia Dalavia e Bruna Marquezine na primeira e segunda fases da novela, causou. Ficou nua na frente do tio, não se incomodou quando os rapazes da escola olharam para suas pernas, engatou um romance com o primo Laerte (Eike Duarte/Guilherme Leicam) e lançou olhares insinuantes para o amigo Virgílio (Arthur Aguiar /Nando Rodrigues), despertando o ciúme do namorado. Revelou-se um traço da personagem: ela gosta de provocar homens.

Bruna Marquezine é uma das estrelas da novelaDivulgação

O ator Guilherme Leicam, o ciumento Laerte da segunda fase da novela, acredita que ela é mesmo provocante. “O Laerte é um cara procurando sua identidade. Isso é muito comum nos jovens. É a idade da impulsividade, quando as pessoas não pensam nas consequências. Ele é imaturo emocionalmente e a Helena provoca muito. Ela não é uma pessoa que traz ele para a razão”, opina.

No entanto, ele garante que, ao contrário do personagem, prefere outro perfil de mulher. “Eu gosto daquela que saiba o meio-termo, saiba se colocar no (meu) lugar, que me respeite, porque vou procurar respeitá-la. O que me deixaria com ciúmes seria quebrar o respeito. O visual, provocativo ou não, não me incomoda tanto. Ela pode ter o visual que quiser e se sentir à vontade. Gosto de trocar experiências, aprender com elas, e ensinar também”, diz.

Júlia Lemmertz, a Helena na terceira fase da novela, defende a personagem. “Eles (Helena e Laerte) brigam, sim, mas isso não é culpa minha”, acredita. O autor Manoel Carlos emenda: “Não é culpa sua, mas é da Bruna (Marquezine), que provocava o namorado na juventude.”

Para a apresentadora Adriane Galisteu, ser provocante é um estado de espírito e tem a ver com a sensualidade. “Há mulheres que são provocantes usando uma blusa fechada, e outras que nem chegam perto disso, vestindo minissaia”, opina ela. “Toda mulher, em qualquer idade, sabe ser provocadora. E não vejo isso como um problema. É a cultura machista do nosso país que enxerga isso como algo errado. Mas acredito que isso esteja mudando, as provas foram os beijos gay na novela ‘Amor à Vida’ e no ‘Big Brother Brasil’. Vivemos num mundo em que as pessoas precisam se respeitar. Com respeito, tudo pode. A mulher tem todo o direito de provocar, assim como os homens sempre fizeram.”

Bruna ficou quase pelada no primeiro capítuloReprodução Internet

A atriz Antônia Fontenelle concorda. E revela que, quando quer, é provocadora. “Mas, quando não quero, posso ser a pessoa mais desinteressante do planeta. É bom brincar com isso, é bom ter a noção do que você, mulher, pode fazer. Tem a ver também com a autoestima. Muitas não se conhecem e não sabem lidar com isso. Ser provocadora é reconhecer o seu poder de sedução.”

A psicanalista e colunista do DIA Regina Navarro Lins diz que não existe o perfil da mulher provocadora. “Existem aquelas que provocam só pelo prazer de provocar, sem sexo. E também há as que gostam de sexo e provocam para mostrar que estão a fim. É preciso tomar cuidado para não confundir a provocadora com aquela ‘destruidora de lares’ de antigamente, cheia de preconceitos contra ela”, explica. Regina frisa que não assistiu às primeiras cenas da novela. “Porém, se você considerar que ser provocadora é manifestar seu desejo de fazer sexo com alguma pessoa em especial, sem medo de ser rejeitada, isso é ótimo”, dispara.


Reportagem: Beatriz Inhudes

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