Por clarissa.sardenberg

Rio - O escritor Eduardo Bueno, o Peninha, e o jornalista Xico Sá lançaram um desafio para Maitê Proença na última edição do ‘Extraordinários’ durante a Copa do Mundo: estudar tudo sobre o Criciúma e a Chapecoense, times catarinenses que disputam o Campeonato Brasileiro da Série A. Brincadeiras à parte, o programa sensação do Mundial no Brasil volta a ser exibido hoje, às 22h, no Sportv. E Maitê promete estar com as escalações das equipes na ponta da língua para comentar, ao lado de Peninha e Xico, os jogos da rodada de fim de semana do Brasileirão.

Em cenário novo, o trio passa a ser fixo na nova temporada da mesa-redonda, recebendo a cada domingo um convidado especial e os humoristas Cláudio Manoel, Beto Silva, Marcelo Madureira, Hubert Aranha e Hélio de La Peña, que vão se revezar na atração.

“A irreverência é a marca do nosso programa”, define a atriz. “A gente foi aprendendo a fazer no ar, não tem regras nem mediador. Parece que estou indo para um jardim de infância, e não um trabalho. Num mundo politicamente correto, a gente dá a cara para bater com nossos comentários. Acho que as pessoas não estão mais acostumadas com humor, a fazer piada.”

Xico Sá%2C Hubert Aranha%2C Paulo Miklos%2C Maitê Proença e Eduardo Bueno brincam com bolas de futebol no cenário do programaReprodução Internet

Durante a Copa, o ‘Extraordinários’ conquistou uma parcela de público que não costuma sintonizar o Sportv. Para Xico Sá, o desafio agora é segurar essa audiência flutuante que nem gosta tanto assim de futebol. “Mas as pessoas querem ouvir uma maluquice”, observa o jornalista, que costuma bater ponto no esportivo ‘Redação Sportv’, no mesmo canal, e já participou de programas como o ‘Cartão Verde’, na TV Cultura, e o ‘Saia Justa’, do GNT. “Nosso programa reproduz o ambiente de boteco, aquela conversa de bar sobre futebol.”

O trio mostrou entrosamento desde o primeiro piloto que gravou em julho. O músico Paulo Miklos, que fazia parte do time original do programa, só fará participações especiais nesta temporada por causa dos shows e de outros compromissos profissionais. “Pegaram um maluco do Sul, outro do Nordeste e uma gostosa, e deu nisso. Temos química desde o início. Acho que essa espontaneidade passou para o telespectador”, avalia o gaúcho Eduardo Bueno, que foi repórter esportivo e cobriu as Copas de 1978 e 1982. “Não sou nada convencional, sou louco e gosto de mim assim mesmo.”

Os temas polêmicos também devem fazer parte da nova temporada. No entanto, Xico Sá acha que o colega escritor precisa ter mais cuidado com o que fala. Por ter chamado o Nordeste de “aquela bosta” em uma das edições durante a Copa, Peninha recebeu muitas críticas e acabou pedindo desculpas, mas não se arrepende do que falou. “Gosto de guerra. Já tenho uma contra toda a torcida do Internacional”, provoca ele, torcedor do Grêmio, que não se importa com as críticas. “Já desisti de tentar saber o que as pessoas pensam de mim.”

Vestindo camisas estampadas de gosto duvidoso, Xico Sá se acha o mais normal dos três apresentadores. “O Peninha é aquela maluquice total, politicamente incorreto. A Maitê é a sinceridade, que não entende nada de futebol e pergunta quantos reservas têm para cada jogador. Já o Miklos era o cara mais cool, tranquilão, sem ser fanático por futebol”, analisa. Para ele, a participação dos ex-cassetas acrescenta humor à conversa. “Cada um tem um perfil e influencia diretamente o programa.”

Muitas vezes, todos falavam ao mesmo tempo, e ninguém se entendia. Para botar ordem na casa, foi criado o cartão vermelho e a câmera giratória, organizando a confusão. Um dos mais punidos com o tal cartão, Eduardo Bueno frisa que um dos méritos do programa é justamente essa bagunça: “A esculhambação é verdadeira. Existe a liberdade com responsabilidade, mas nos deram a liberdade com irresponsabilidade.”

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