Por daniela.lima
O sucesso na novela ‘Império’ fez com que o intérprete do Josué fosse assediado pelas mulheresDivulgação

Rio - Em comum, a arte de representar e a arquitetura têm a função de construir. A primeira, uma estrutura psicológica; a segunda, física. Roberto Birindelli, o Josué de ‘Império’, passeia por esses dois campos. Na faculdade de arquitetura, o então jovem, que desenhava desde menino e já havia se tornado um artista plástico foi apresentado ao teatro, onde deu os primeiros passos no ofício que o levou para o cinema e, mais recentemente, para TV, veículo que o fez conhecer a fama.

“Já tinha feito participações em outros produtos da Globo, como ‘A Teia’, mas a repercussão de uma novela das 21h é uma coisa incrível. O que mais me surpreende é a quantidade de homens que vêm falar comigo. Até um tempo atrás, eles teriam vergonha de dizer que assistem à novela. Essa mudança de comportamento social aconte<CW0>ceu porque a TV sempre produziu heroínas ou vilãs, mas ‘Império’ tem um herói ou um anti-herói que é uma figura importante como o Comendador (Alexandre Nero), além de vários homens de meia-idade em papéis chave da trama”, analisa, referindo-se também a Téo Pereira (Paulo Betti), Xana (Aílton Graça) e Cláudio Bolgari (José Mayer). 

O público feminino também não passa batido pela popularidade de Josué, o fiel escudeiro de José Alfredo. Que o diga a publicitária Juliana Sarda, com quem o ator está casado há um ano. “É uma doideira o sucesso que o Josué faz com as mulheres. A Ju está sendo muito corajosa. Não tem como não ter ciúme, mas está bem menos do que eu podia esperar. A gente está tentando costurar todo esse assédio da melhor maneira possível. É muita pressão. As colegas de trabalho dela comentam os beijos do Josué. O pior é que ele é pegador. O Josué é do tipo que gruda no muro, pega pelo cabelo, morde a nuca e vai dando o recado”, diverte-se o ator, que está no terceiro casamento e tem um filho, Carlo, fruto da sua segunda união.

O pacote do sucesso veio completo para Birindelli, com direito a especulações de que ele e Nero não são amigos como Josué e José Alfredo. “A gente riu muito quando disseram que o Ne<CW0>ro ficava impaciente quando gravava comigo. Aí, tiramos uma foto com uma plaquinha que tinha escrita a palavra ‘paciência’. Imagina, ficamos amigos. Eu já fui na casa dele duas vezes, tomamos cerveja. Ele é muito generoso, dá para ver que nos divertimos pra cacete em cena. Se a gente não se desse bem, a lente perceberia isso”, explica.

A sintonia entre os atores pode ser fina, mas o amigo de fé de Roberto, que é uruguaio e se mudou para o Brasil aos 15 anos, é o seu conterrâneo Antonio Martyniuk, que vive em Montevidéu. “A devoção que o Josué tem pelo Comendador eu tenho pelo Antonio. Passamos a adolescência e o golpe militar juntos, enfim, descemos para o inferno juntos. É um cara que, se amanhã me ligar e disser que está mal, eu pego o primeiro avião e vou ao encontro dele para salvá-lo”, conta.

Prestes a se despedir do trabalho que lhe deu mais repercussão — o último capítulo de ‘Império’ vai ao ar em 13 de março —, Roberto deixa escapar que gostaria que a parceria de Jo<CW-8>sué e José Alfredo permanecesse inalterada até o fim. “Estou torcendo para não ser o Josué quem está envolvido nisso tudo que está acontecendo com o Comendador. Mas trabalho com 30% de chance do Josué ter culpa no cartório e ser o homem que está por trás do Maurílio (Carmo Dalla Vechia). Eu quero é que, no final da novela, o Josué se mude para Fernando de Noronha, more numa casinha branca, vire pescador e pare com essa vida maluca. Na verdade, ele é um homem da estrada, não sei se é de assentar num lugar só”, observa.

E, se Roberto tivesse o seu momento de Aguinaldo Silva, a cena final de José Alfredo seria no lugar de maior significado da sua vida. “O Monte Roraima seria perfeito para fechar o ciclo que começou lá. Se fosse filme, o Comendador morrer, deixar de ser humano para virar memória, também seria um grande final, mas em novela isso não seria admitido”, avalia o ator.

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