Rio - Mulher casada procura homem disposto a realizar suas fantasias sexuais. Essa frase define bem uma das facetas de Beatriz (Gloria Pires), a vilã de ‘Babilônia’, nova novela das 21h que estreia amanhã. A história começa com a alpinista social traindo o noivo, Evandro (Cássio Gabus Mendes), com o motorista dele.
O escalado para a função de saciador dos desejos de Beatriz é Val Perré, 46 anos, que em ‘O Rebu’ era o segurança de Vic (Vera Holtz), com quem a ricaça havia tido um caso. O ator baiano parece estar se especializando nesse tipo de personagem.
“Quando recebi o convite para fazer o Cristóvão, me disseram que ele tinha que ser viril, porque a Beatriz gosta daquele tipo de homem capaz de tirá-la do eixo. Ela quer aventura, pegada. Não sei se tenho cara de pegador, mas, falando da questão sexual mesmo, as mulheres que eu tive nunca reclamaram”, gaba-se. Por ironia do destino, Val nunca tinha feito esse tipo de cena em uma novela. “Foi a minha primeira vez na TV. A Gloria riu à beça quando soube que ia desvirginar um homem de 46 anos”, brinca.
A reportagem de O DIA não resistiu e mandou aquela pergunta clássica: “Foi bom para você?” Depois de uma sonora gargalhada, veio a tão esperada resposta. “Foi bom para mim e acho que para ela também”, diverte-se, complementando. “Fluiu bem, mas rola um certo constrangimento. Não é vergonha exatamente, mas existe um cuidado, um limite. Eu não estou com a minha mulher, na minha casa, eu estou com uma atriz. E não dá para sair pegando na atriz de qualquer jeito.”
De acordo com o código de boas maneiras de Val, também não dá para ficar excitado. “Não posso emprestar um sentimento a uma situação que não é minha. A pessoa que está ali é o Cristóvão. Dá para segurar a onda numa boa”, afirma.
Quem não segura a onda é o casal que vai fazer a temperatura do primeiro capítulo de ‘Babilônia’ ultrapassar os 50 graus. Os amantes vão se entregar à paixão até no banheiro de um hospital. “Transar no banheiro, no elevador, no avião faz parte de um fetiche coletivo. Tudo isso mexe com o imaginário das pessoas”, comenta. O ator não tira o corpo fora e se inclui nessa lista. “Todo mundo pensa em fazer sexo no carro, na praia. Alguns desses lugares já passaram pela minha cabeça, sim. No carro todo mundo gosta, né? No carro eu já fiz, mas o resto fica só para mim”, despista.
Candidato ao posto de símbolo sexual, Val já tem dona. A eleita se chama Rosa Dac, é bióloga, bacharel em Direito e trabalha com moda. “Namoro há um ano e meio, mas já fui casado três vezes”, conta o pai de Tássio, 18 anos, Iuri, 15, e Júlia, 9, frutos de três relacionamentos diferentes.
Levando em conta o currículo amoroso do ator, é possível imaginar que ele é um apreciador dos prazeres do sexo, assim como o Cristóvão da trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. “Gosto do esporte, mas ainda não alcancei o índice olímpico. Tem gente na minha frente”, brinca.
Val, que atuou em novelas como ‘Viver a Vida’ e ‘Saramandaia’, vai participar apenas do primeiro capítulo de ‘Babilônia’, já que será assassinado pela amante, mas acredita que o personagem pode dar um novo rumo à sua carreira.
“Foi um dos trabalhos mais difíceis que fiz, porque em um capítulo o Cristóvão tem que mostrar que é o típico homem brasileiro, aquele cara que tem o seu trabalho, a sua família, que é apaixonado pela mulher (Dora, vivida por Virgínia Rosa), pelos filhos — Regina (Camila Pitanga) e Diego (Thiago Martins) —, mas que sai com os amigos para tomar um chope e dá uma olhada nas mulheres que estão passando. Ele é complexo e pode ser um divisor de águas na minha carreira.”
Existe a possibilidade de Val se tornar o novo Chay Suede, que viu sua popularidade explodir após participar dos três primeiros capítulos de ‘Império’ na pele do José Alfredo jovem. “Parece um caminho igual, mas a gente sempre traz coisas diferentes. Não sei dizer se vou ser o novo Chay, mas espero que o meu trabalho seja bem recebido pelo público e que possa me abrir outros caminhos”, diz.
