Por karilayn.areias

Rio - Foram meses e meses de testes até que chegassem a um resultado satisfatório. Era a diretora Amora Mautner querendo inovar e implantar em ‘A Regra do Jogo’, próxima novela das 21h, de João Emanuel Carneiro, um projeto chamado Caixa Cênica, que permite que os atores tenham mais liberdade para atuar. É como um reality show, onde os personagens transitam livremente, sem marcação. Cabe aos câmeras o trabalho de acompanhá-los.

Marcos Caruso no papel de Feliciano%2C um playboy da velha guarda%2C na trama de João Emanuel Carneiro Reprodução

“Agora trabalhamos com oito câmeras. Quatro homens com câmeras convencionais, duas robôs e mais dois move (suporte que permite a circulação dos câmeras). Os atores falam de costas, de lado para a gente, e temos que capturar tudo com muita naturalidade”, explica o diretor de imagem Augusto Castro Lana.

Quem vem se destacando no novo formato é Marcos Caruso, que já ganhou elogios da equipe técnica. “O pessoal da comédia manda muito bem, até porque eles dominam essa coisa do improviso. O Caruso é um dos que mais se destacam, mas a galera do núcleo dele como Marcello Novaes, Otávio Müller e Alexandra Richter também é muito boa”, elegem Augusto e Fred Rangel, diretor de fotografia.

Amora e sua equipe tiveram muitas conversas com Boninho para que pudessem se familiarizar com a novidade. Mas o processo foi longo e desgastante para que o novo método de gravar fosse viabilizado na trama. “Foram dois anos de pesquisa, meses de teste com o move (suporte). No início, eles ficavam pesados com as câmeras, mas fomos adaptando, substituindo baterias, retirando acessórios extras e agora o nosso equipamento é o mais leve do mercado”, avalia Fred.

Para os atores, mais liberdade para criar. Para os profissionais que captam e editam as imagens, um verdadeiro caos. “Ficou mais fácil para os atores porque eles não precisam mais pensar na posição da câmera, mas para a gente é infernal”, diz Augusto, aos risos. “Até porque o Fred tem um trabalho danado para colocar a iluminação no tempo certo”, acrescenta o diretor de imagem. “Os cortes também são praticamente ao vivo, assim como a edição. A gente corre atrás, mas está bem tenso”, endossa Fred.

Núcleo de Marcos Caruso é elogiado pela arte do improviso em cena Reprodução

É possível notar a diferença nas cenas. Algo parecido foi feito em ‘Avenida Brasil’, na mansão do Tufão, e em ‘Joia Rara’, no cabaré. “São feitos muitos ensaios, mas existe o risco de vazar algo. Muitas vezes, a gente ensaia de um jeito e chega a Amora e fala: ‘É livre!’ Ficamos doidos”, conta Augusto, aos risos.

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