Rio - Madrinha de diversos sambistas, Beth Carvalho define o samba com toda sua sensibilidade: “É poesia, resistência, ritmo, melodia. Principalmente a melodia de um povo”. A cantora é um dos mais de 50 artistas que se apresentam no ‘Globo de Ouro Palco Viva Samba’, especial que estreia amanhã, às 21h, no canal Viva, em homenagem ao centenário do gênero musical.
A história do samba é celebrada e cantada por intérpretes de todas as gerações. Ao longo de seis episódios, gravados em abril passado na Cidade das Artes, na Barra, Zona Oeste do Rio, o programa mostra desde clássicos como ‘Pelo Telefone’, o primeiro samba registrado, até hits de hoje do pagode e do samba-enredo.

No primeiro episódio, Beth Carvalho canta dois de seus maiores sucessos, como ‘Vou Festejar’ e ‘Coisinha do Pai’, além de prestar uma homenagem ao compositor Cartola em ‘As Rosas Não Falam’. Ainda na estreia, Luiz Melodia reverencia o sambista Zé Ketti com o clássico ‘Voz do Morro’.
“Quando resolvi gravar essa canção, vi que tinha a ver com o lugar onde nasci (Morro do São Carlos). Fala muito do que vivi e o que represento para a música. É um samba bem representativo para mim. Zé Ketti não é prato feito, é pão com mel”, diz Melodia.
O especial também promove encontros inéditos, como o de Zeca Pagodinho e Maria Rita, que cantam juntos ‘Conselho’. “Sempre tive o sonho de cantar com o Zeca”, confessa a cantora, que também faz solos em ‘Coração Leviano’, ‘Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida’, e ‘Timoneiro’, num tributo a Paulinho da Viola. Outro dueto é entre Diogo Nogueira e Alcione. Já Arlindo Cruz e Fernanda Abreu dividem o palco em ‘Aquarela Brasileira’. “Samba é um montão de coisa, mas, resumindo, é minha vida!”, diz o sambista, que ainda solta a voz em ‘Meu Lugar’.
Representante do pagode, Thiaguinho conta que faz música porque cresceu ouvindo os pagodeiros dos anos 90. “E, hoje, tenho a honra de ser amigo deles!”, comemora. Ele canta ‘Livre Pra Voar’ e ‘Tá Vendo Aquela Lua’. “As duas músicas marcaram minha vida. ‘Livre Pra Voar’ foi a primeira que me deu a sensação de sucesso. Todo o lugar que eu ia, as pessoas cantavam. E ‘Tá Vendo Aquela Lua’, desde que comecei a cantar, não parei!”, revela.
O talento que passa de pai para filho(a) também é reverenciado. Preta Gil faz homenagem ao pai, Gilberto Gil, em ‘Aquele Abraço’. E Mart’nália canta ‘Sem Compromisso’ e diz que o samba, entre outras coisas, “é família”, numa referência ao pai, Martinho da Vila, outra estrela do samba e do especial.

Cauã e Taís: fãs da batucada
Como todo brasileiro, Cauã Reymond diz que escuta samba desde pequeno. “Tive a sorte de participar este ano de um momento especial desfilando pela Mangueira, que conquistou o título. Foi muito emocionante”, conta o ator, que apresenta o ‘Globo de Ouro Palco Viva Samba’ ao lado de Taís Araújo.
O samba faz parte da vida da atriz. “Venho de uma família de sambistas. A primeira vez que saí em uma escola de samba eu tinha 9 anos. Meus pais estavam em uma ala de adultos e eu, na das crianças.
Frequentamos ensaios de escola de samba. Costumo dizer que sou formada pelo samba. É parte de mim. Não existo sem samba. Nem eu nem minha família. É parte da minha identidade”, diz Taís.
Para Cauã, o ‘Globo de Ouro’ está na memória afetiva de sua geração. “Quando recebi o convite, topei na hora!”