Por tabata.uchoa

Rio - Débora Falabella contracena pela primeira vez com o namorado, Murilo Benício, depois que se conheceram nos bastidores da novela ‘Avenida Brasil’. O encontro do casal acontece como o par romântico Verônica e Saulo, protagonistas de ‘Nada Será Como Antes’, série que estreia dia 27, na Globo.

Débora Falabella e Murilo Benício estão em 'Nada Será Como Antes'Divulgação / TV Globo

“A princípio, ficamos imaginando como é que seria esse reencontro na TV. Logo na primeira semana de gravação, vimos que compartilhamos da mesma paixão da profissão também. Pra gente, é muito fácil, e foi um prazer estar em cena com ele novamente, nesta nova condição. Somos colegas de profissão, além de namorados. Então, para mim, foi um prazer não só com ele, mas com um elenco tão pequeno e ao mesmo tempo poderoso”, derrete-se a atriz.

NADA DE FILHOS
Juntos desde 2012, eles não planejam aumentar a família. “Não, por enquanto não. Não pensamos em um filho”, conta ela, que é mãe de Nina, 7 anos, do seu relacionamento com o músico Chuck Hipolitho.

Fã confessa do namorado, Débora conta que é difícil escolher qual a melhor característica do parceiro de cena. “Acho que temos coisas diferentes que, ao mesmo tempo, se completam. O que acho nele muito interessante é a maneira de compor o personagem, ele sempre faz uma composição pensada de fora, mas é muito verdadeira. Ele me influencia, a gente conversa e troca, varias vezes peço opinião, dica, e ele também”, frisa.

A atriz conta que é comum que o casal leve trabalho para casa, e eles fazem isso de maneira natural e com prazer. “Adoramos falar dos personagens, do trabalho que o outro está fazendo, discutir a relação dos personagens, ensaiar cena. A gente já chegava meio que ensaiado no set, o que facilitava um pouco”, diz, rindo.

Devido à naturalidade com que a profissão é tratada no lar, é quase automático de se imaginar que os filhos do casal — Murilo é pai de Antônio, 20 anos, de seu relacionamento com Alessandra Negrini, e Pietro, 11, seu filho com Giovanna Antonelli — sigam a carreira da família. Débora acredita que sim.

“O Antônio está mais velho, gosta muito de arte, cinema, conversa muito sobre isso, tem muito interesse. O Pietro está numa fase de querer brincar e curtir, skate, essas coisas. E a Nina é muito nova. Nela, eu vejo uma coisa muito forte relacionada à arte. Não sei se é intuição. Não vou falar nada, vou esperar. Ela tem pai músico e mãe atriz, não tem como ela não ficar recheada disso, mesmo que ela vá para outra profissão”, palpita.

TRAMA ROMÂNTICA
Na história da série, Débora é Verônica, uma atriz de rádio, que trabalha como locutora no interior de São Paulo. A vida da moça muda quando conhece Saulo (Murilo), um vendedor de rádio. Juntos, vão para o Rio de Janeiro, e ele ajuda Verônica a virar uma estrela radiofônica na Cidade Maravilhosa. Depois de 10 anos, Saulo ganha a concessão de uma TV. “A trama é uma história de amor, que mostra a vida dessa atriz do rádio que vai para a TV e passa dificuldades ao encarar esse novo veículo. Ao mesmo tempo, muitas coisas vão acontecendo na vida dela e do Saulo”, adianta.

A atriz se refere ao fato de Verônica querer ser mãe, mas o problema é que Saulo descobre que pode ser estéril. Ele então termina o relacionamento sem contar que não pode ser pai, tudo para que a amada siga o caminho dela e consiga realizar o sonho da maternidade. Mais tarde, ela terá um romance com o amigo Péricles (Fabrício Boliveira) e descobrirá que está grávida de Saulo.

Em outra passagem de tempo, ela dá à luz Thiago (Bernardo Berruezo), mas cria o menino como mãe solteira. “Acho que existe preconceito com mãe solteira. Existem preconceitos absurdos onde a gente nem imagina. Hoje em dia, estão chamando artista de vagabundo. Voltaram a chamar artista de vagabundo. Nem quando meu pai fazia teleteatro, nos anos 1950, ele não era conhecido por isso. A gente está retrocedendo.

Existe uma corrente que faz com que a gente retroceda e é importante que a gente continue lutando”, defende.

FAMÍLIA DE ARTISTAS
Filha do ator Rogério Falabella e da cantora lírica Maria Olympia, a atriz conta que o pai era um galã quando a TV começou em Belo Horizonte, sua cidade natal. E fazer uma produção que conta a história da origem da televisão é uma forma de homenagear o pai, que não atua mais, mas escreve e dirige. “Quando ele soube que eu faria a série, ele me contou algumas histórias, principalmente as que eram de improviso. Por exemplo, quando algo dava errado ou alguém esquecia um objeto de cena e eles precisavam improvisar”, lembra, aos risos.

Para interpretar a radialista, a atriz teve acompanhamento de uma fonoaudióloga para auxiliar na impostação de voz. Mas muito da experiência no teatro e na TV auxiliou Débora a trabalhar sua voz. “O jeito de falar na época, entre os anos 1940 e 1950, tinha uma característica muito forte de puxar pelo ‘R’. Então, a gente criou um consenso e o amenizou para aproximar mais do público. A maneira de falar no rádio é um pouco mais empostada e diferente da maneira natural de dizer as coisas, mas o público vai entender”, salienta. 

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