Por karilayn.areias
Marcelo Adnet no 'Adnight Show'Divulgação

Rio - "Quem disser que ficou ruim é vagabundo ou está mentindo", brinca, em tom de alfinetada, Marcelo Adnet em uma de suas esquetes do repaginado 'Adnight Show', que estreia hoje, depois do 'The Voice Brasil', na Globo. Depois de uma primeira temporada fraca, que não empolgou o público - o programa chegou a derrubar a audiência e perdeu para 'A Praça É Nossa', do SBT - o 'Adnight' ganhou o termo 'Show' e uma série de mudanças em busca do riso e da audiência, claro. "A gente mudou muita coisa, mas muita coisa também continua. A banda é a mesma, parte da redação ficou, o Juliano Enrico foi mantido como meu assistente", explica Adnet, de 36 anos, que comemora a nova oportunidade. "Estou me sentindo mais solto", confessa.

FORÇA-TAREFA

O diretor-geral do programa, Emerson Muzeli, completa. "Estamos com o mesmo gás, vontade, esforço. O 'Adnight' não é um programa que a gente pode definir claramente dizendo que é um programa late show, nem de auditório, nem de esquetes. É um programa que envolve varias expertises e isso também traz a necessidade de uma grande quantidade de profissionais que possam circular trazendo esse conhecimento para a gente fazer o programa que queremos", justifica Muzeli.

NOVIDADES

Agora, o programa aposta em esquetes, música, dinâmicas com seus convidados. E a bancada foi eliminada de vez. "Para diferenciar da temporada passada, porque essa é uma temporada mais dinâmica e que eliminou qualquer coisa de talk show", aponta o apresentador. Na Globo desde 2013, Adnet faz um balanço positivo sobre seus programas. "Lembro que no início passei pelo 'Dentista Mascarado', passei pelos quadros no 'Fantástico', brinquei com a Copa das Confederações, depois rolou o 'Tá No Ar' começando, e ele conseguiu se estabelecer. Sinto que o 'Adnight' é esse mesmo movimento", acredita.

Marcelo Adnet e convidados no 'Adnight Show'Divulgação

TALENTOS

Nessa temporada do 'Adnight Show', os convidados darão chance de o público conhecer um pouco mais sobre suas curiosidades. Como a atriz Carolina Dieckmann tocando ukulele - instrumento de cordas típico da cultura havaiana - ou a cantora Joelma se saindo bem como atriz em algumas esquetes. "Aqui no Brasil tem muito disso, a gente se sentir íntimo muitas vezes das pessoas que estão na nossa casa, que aparecem na nossa tela, mas a gente não os conhece. Conhece um pouco do trabalho, mas não conhece mais a fundo, o que as pessoas fazem no seu dia a dia, os seus outros talentos. Então, isso é uma coisa que fica bem presente nessa temporada", afirma o humorista.

BALANÇO

Sobre o motivo de a primeira temporada não ter saído como esperado, Marcelo Adnet acredita que foi principalmente pela falta de experiência apresentando programa com auditório e convidados. "A gente ganha experiência, vai entendendo. Já tinha apresentado na MTV, o 'Adnet Ao Vivo', mas não tinha plateia. Para mim, era uma experiência nova. Ainda mais para mim, que sou um cara que trabalha com sátira, subversão. No ano passado, estava fazendo algo pela primeira vez, entendendo durante e vendo isso no ar, experimentando um formato novo", desabafa.

Agora, ele afirma saber onde está indo e pisando e, acima de tudo, conhecer o que lhe deixa mais à vontade. "Tenho que buscar onde fico mais solto e onde fico mais feliz. Tem coisas que gosto muito de fazer, como a música, tem dança, esquetes, improviso, tem humor, conversa, ir até a plateia, falar com ela, enlouquecer o diretor fazendo coisas que não estão planejadas. Como tudo na vida, você vai fazendo e aprendendo. A segunda vez é melhor do que a primeira", decreta.

OPINIÕES

Em um momento do politicamente correto, de incertezas na política e de conservadorismo da sociedade, Adnet conta que tinha decidido guardar suas opiniões para os amigos em casa. "Hoje em dia, algumas pessoas falam assim: 'Quem é Caetano Veloso? Caetano Veloso não é ninguém'. Mas ninguém é a menina que malha, que tem uma bunda com 2% de gordura. Ela tem 29 mil vezes mais relevância do que Tom Jobim em toda a sua carreira. Tom Jobim foi superado em dois supinos ou uma marmita fitness", critica. "As pessoas que estão crescendo muito e com muita popularidade nas redes sociais são pessoas que ignoram completamente qualquer assunto político. Acho que chegamos em um momento tão grave, em que coisas tão absurdas começam a acontecer, que acho que ficar calado é uma irresponsabilidade, não dá mais. Claro, a gente não vai parar o programa e falar dez minutos ou fazer um tratado político. Não se trata disso. Mas a gente vai lá e fala sobre esses e outros assuntos", salienta.

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