Por karilayn.areias
Rio - Quem quer o pepino do Nelson Rubens? E o bacalhau do Sidney Magal?”, pergunta João Kléber. Simony canta ‘Superfantástico’ e realiza o sonho de imitar uma chacrete. Alexandre Frota vai às lágrimas ao ouvir Biafra cantar ‘Sonho de Ícaro’, e, claro, calouros talentosos e outros com extrema cara de pau. Poderia ser uma reexibição do ‘Cassino do Chacrinha’ - originalmente no ar, entre 1982 e 1988, na Globo -, mas se trata do ‘João Kleber Show Especial Chacrinha - 100 Anos de Alegria’, que a RedeTV! exibe domingo, às 22h30. A atração terá depoimentos de Roberto Carlos, Gilberto Gil e Florinda Barbosa, viúva de Chacrinha.
João Kleber e chacretes nos bastidores do 'João Kleber Show - Especial Chacrinha'Divulgação

“A gente tentou fazer um especial um pouco diferente do da Globo, que sem sombra de dúvidas, foi uma maravilha, nota mil, maravilhoso. Não me envolvi diretamente”, explica Leleco Barbosa, filho de Chacrinha, codiretor do especial. “Quis fazer uma outra concepção e trazer esse pessoal que tem pouca oportunidade e que fez muito sucesso, na década de 70, 80, e que tem poucas chances de aparecer na TV. Eles foram ídolos naquela época e até hoje as músicas deles são sucesso”, conta o diretor em referência a nomes como Sylvinho Blau Blau, Amado Batista, Ângelo Máximo, Jane e Herondy, Maria Alcina, Almir Rogério, Rosemary, Silvio Brito, Markinhos Moura, Simony, Byafra, Sérgio Reis, Gilliard, Sandra de Sá e Sidney Magal.

ANALISTAS
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O corpo de “analistas”, como Chacrinha costumava chamar os jurados do programa, é formado por artistas que fizeram história no posto, como Sonia Abrão, Márcia Gabrielle, Vanessa de Oliveira, Alexandre Frota, Chiquinho Scarpa e Nelson Rubens. “O programa do Chacrinha era uma festa.
A gente ia com o maior prazer. Aquela iluminação feérica, auditório a mil. Ele era uma festa ambulante, muito despachado, irreverente, brincalhão, falava o que queria. A gente se falava muito por telefone. Durante muito tempo, ele foi um guru para mim e me dava conselhos profissionais ótimos. Me tornei mais esperta como profissional”, afirma Sonia Abrão.
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“Vivi muitos momentos com o Chacrinha fora Globo, na casa dele almoçando, jantando. Fim de semana com ele e dona Florinda”, lembra Frota. A ideia do projeto é de João Kléber, que há dois anos vem maturando essa iniciativa de reunir pessoas que passaram no palco de Chacrinha. Kléber reforça que o programa é mais do que uma homenagem, é um agradecimento.
“Viemos aqui para nos divertir e relembrar momentos marcantes. Não tem cachê para os artistas, eles vieram com o coração aberto. Te dou minha palavra. Isso é amor e respeito pelo Chacrinha, pelo Leleco e por mim. Isso não tem preço”, derrete-se.
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HISTÓRICO
O que alguns não sabem - ou não se lembram - é de que João Kléber, durante dois meses, apresentou o ‘Cassino do Chacrinha’, às vezes, sozinho e em outras ocasiões ao lado do anfitrião do programa.
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“A rapidez que ele tinha, meu Deus, era algo incrível. Eu passo para a minha produção, eles não têm noção. Às vezes, as pessoas dizem que sou firme, que eu cobro, porque fui formado em uma geração em que as pessoas eram comprometidas com o trabalho.
Não fazíamos TV só para aparecer, fazíamos porque gostávamos daquilo. Virei apresentador por causa do Chacrinha”, diz, com orgulho.  As homenagens não se limitam aos programas de TV. Ano que vem, o Velho Guerreiro é tema de um filme protagonizado por Stepan Nercessian e também será tema do Carnaval da Grande Rio. “Parece que ele está mais vivo do que nunca”, comemora o codiretor Leleco Barbosa.
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FILME EM 2018
- Stepan Nercessian é o protagonista de 'Chacrinha: O Velho Guerreiro', filme que estreia em setembro de 2018. As gravações já foram encerradas e contam a história de José Abelardo Barbosa, nome de batismo do apresentador.
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- O filme, que tem direção de Andrucha Waddington e roteiro de Claudio Paiva, narra a trajetória de Abelardo desde o momento em que larga a faculdade de medicina para tentar a vida como locutor de rádio. Desse trabalho temporário, o espectador conhece o nascimento do personagem Chacrinha. Sobre o processo de filmagem, Nercessian destaca que foi diferente do que já interpretou de Chacrinha, como no teatro e na TV. "No teatro, eu entrava no personagem por uma ou duas horas. No especial da Globo também foi a mesma coisa. Fui e filmei um dia. No filme, o que mais estranhei foi chegar cedo pela manhã, vestir de Chacrinha, e ficar doze horas dentro do personagem o tempo todo", ressalta. Para o ator, ainda não é uma despedida final. "Despedida mesmo eu vou ter depois do Carnaval, que eu vou desfilar pela Grande Rio. Estou me guardando", destaca.