William Bonner - Reprodução
William BonnerReprodução
Por texto: Gabriel Sobreira

Rio - "Três? Três reais, com paninho, tecido, com todos esses detalhes?", impressiona-se Ana Furtado. E William Bonner cantando 'Jenifer', de Gabriel Diniz? Não dá para assistir ao 'Fantástico', da Globo, sem aguardar a "tela hackeada" no último bloco do quadro 'Isso a Globo Não Mostra', que só no último domingo foi responsável pela maior audiência de todo o dia na Globo. "Estamos muito felizes com a repercussão. Temos os números de engajamento do quadro, a audiência é boa, e a repercussão na internet é excelente e crescente", comemora Marcius Melhem, que desde setembro de 2018 é o diretor de humor da Globo.

CONTINUA?

Vão ter mais quantos episódios? Pode ganhar vida fora do 'Fantástico'? "Nosso combinado inicial eram quatro episódios, e agora avaliaremos conjuntamente com o 'Fantástico' os próximos passos", entrega Melhem. Na conta, o último quadro seria exibido amanhã. Se a equipe continuar com o plano de terminar a atração, Melhem diz que é difícil adiantar o que preparam para fechar com chave de ouro. "Como 'Fantástico' é jornalismo, trabalhamos no quadro até quase a hora da exibição", diz.

Roteirista e ator, Marcius observa que o 'Isso a Globo Não Mostra' está dentro da linguagem que ele e a equipe já buscam desde o 'Tá no Ar'. Em outras palavras, a atração traz uma certa agilidade. E uma "autofagia" da televisão, já que brinca com o próprio veículo, numa dinâmica muito próxima do que é feito na internet como um todo. "Ele dialoga muito bem com o digital, espalha-se muito, e a TV é um dos principais assuntos do digital. É muito tentador podermos brincar com o nosso próprio acervo, que é gigante, e com o dia a dia da nossa programação", confidencia.

POLÍTICA

Um dos pontos fortes do quadro — inclusive elogiado pelo público — são as críticas políticas. Marcius explica que humor é oposição sempre. Provoca, aponta distorções, incoerências, e promove o debate de ideias. Inclusive, a função do humor é expor questões, provocar e levantar o debate público. "Não temos partido e somos críticos a qualquer lado. Mas é óbvio que quem governa, quem domina a máquina pública está mais exposto, porque está influindo diretamente no dia a dia dos brasileiros", defende ele.

HUMOR NA GLOBO

Sobre o cargo que desempenha na Globo à frente dos projetos relacionados a humor, Melhem afirma que uma das condições que ele impôs para assumir o posto foi não deixar de criar. "O que mais me motiva é não perder a emoção de estar criando. Gosto muito do que faço, de encontrar pessoas todo dia e de estar trabalhando na criação de ideias, em texto. E, para além disso, estou cercado de gente muito boa. E amo estar com eles nas salas de criação", derrete-se ele, dizendo que ainda segue estruturando a área.

Ele frisa que não decide o que vai ao ar, mas dá a opinião/avaliação e acompanha os projetos. No mais, Marcius procura ser o mais sincero possível com os projetos que chegam até ele. "É fundamental olhar nos olhos das pessoas e conversar sobre o que você acredita. Tudo sempre será muito discutido. Fundamental é que a vida dos projetos não dependa do meu gosto pessoal, mas do poder de comunicação das ideias nas diferentes chaves de humor", enfatiza.

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