Faustão - Divulgação / TV Globo
FaustãoDivulgação / TV Globo
Por Jessyca Damaso

Você com certeza não lembra o que fez nos últimos 1.564 domingos. Mas Fausto Silva tem a resposta na ponta da língua: a cara (e a voz) da TV brasileira nos fins de semana estava na telinha, improvisando e soltando das suas. Há exatos 30 anos, o ‘Domingão do Faustão’ entrava no ar pela primeira vez.

Longe de ser unanimidade entre o público, mas com habilidades que vão além da comunicação, o apresentador mostrou ao longo deste tempo que é especialista em “se virar nos 30”. Aos 68 anos, ele diz que o sucesso do programa se deve ao fato de a equipe estar sempre insatisfeita. Aposentadoria? Tá louco, bicho!

“Aqui é renovação constante e insatisfação permanente. No ‘Domingão’, a gente sempre aprende alguma coisa, afinal o programa é ao vivo”, conta Faustão, emendando em tom de brincadeira: “Vamos ver se conseguimos mais uns dois ou três anos, esticar um pouco, pagar as contas e não perder o pique. Com filho pequeno e pilha de carnê para pagar, não tem como se aposentar agora...”.

Acostumado a surpreender seus convidados com o ‘Arquivo Confidencial’, desta vez é o apresentador que vai receber homenagens de funcionários e amigos. Não faltam boas lembranças e até gratidão de quem teve a vida transformada no palco do ‘Domingão’.

TRÊS DÉCADAS

Ainda bem jovem, Faustão começou a carreira como locutor de rádio e se destacou como repórter esportivo. Em meados dos anos 1980, estreou o célebre ‘Perdidos na Noite’, primeiramente exibido na Gazeta, depois na Record e, por último, na Band. Um programa sem roteiro e totalmente refém dos improvisos do apresentador, que já chamava a atenção pela forma irreverente e um tanto desbocada com a qual se comunicava.

Faustão ainda não pensa em aposentadoria - Divulgação / TV Globo

Justamente por fugir dos padrões, o telespectador via o ‘Perdidos na Noite’ como uma válvula de escape da programação comum. Com o sucesso eminente, Fausto assinou contrato com a Globo e, no dia 26 de março de 1989, em plena Páscoa, entrou no ar o primeiro ‘Domingão do Faustão’.

A atração ainda não tinha bailarinas, ‘Dança dos Famosos’ e muito menos o ‘Ding Dong’. O que tomava conta do dominical e marcava época eram os quadros ‘Sexolândia’, ‘Jogo da Velha’, ‘Olimpíadas do Faustão’, ‘Mano a Mano’ e ‘Controle Remoto’.

Lucimara Parisi (Ex-diretora do programa):

"Ao contrário do que muitos pensam, não houve briga nenhuma. O Faustão foi um grande parceiro. Aprendi muito, trocamos muitas experiências. Ter trabalhado ao lado dele foi maravilhoso. Sem contar que era diversão garantida, riamos muito. Mas como todo gênio, ele também era exigente".

 

Faustão e Lucimara Parisi - Divulgação

Luiz Schiavon (ex-integrante da Banda Domingão):

“O sucesso do programa se deve ao carisma pessoal que ele tem e à sua velocidade de raciocínio. É impressionante como ele pensa rápido mesmo quando algo sai do controle, o que num programa ao vivo é comum. Além disso, o fato de ele se distanciar de fofocas e preservar a vida pessoal faz com que o público o respeita muito”.

 

Faustão Schiavon - Arquivo Pessoal

Mari Joe Jackson (animadora):

"Em 30 anos, faltei uma única vez ao programa. O Faustão merece todo o sucesso que tem. Seu coração é maior do que o corpo. Ele não enxerga cor, se a pessoa tem dinheiro ou não tem. Trata todo mundo igual. Ele olha a gente com o coração. Ele é diferente".

 

Faustão e Mary Joe Jackson - Carol Caminha Gshow

André Romano (ex-animador):

"O Faustão pagou os meus estudos. Hoje, sou jornalista e escritor com oito livros publicados. Serei eternamente grato. Porque ele mudou a minha vida para melhor. Acreditou em mim. Vivemos na era do umbigo, as pessoas só pensam ao redor dele, e vem um comunicador consagrado lhe ajudar. Isso não tem preço. Ele é minha inspiração”.

Faustão e André Romano - Arquivo Pessoal

Susana Vieira (atriz):

"Eu amo o Fausto. Nunca vou me esquecer do dia que participei do Arquivo Confidencial e ele trouxe ao palco meus netos que moram em Miami. Foi emocionante e inesquecível".

Faustão e Susana Vieira - Inácio Moraes TV Globo

Adriana Colin (ex-assistente de palco do "Domingão"):

"Sou muito grata a todas as emissoras que trabalhei, mas estar na grife 'Domingão do Faustão' foi um divisor de águas. Falar ao vivo num programa de maior audiência da TV foi a missão mais difícil na minha vida. Costumo dizer que entrava nos lares brasileiros sem pedir licença, mas com o aval desse grande apresentador. Ele preza muito pela qualidade, ética, credibilidade e lisura. Não é à toa que é o programa que as marcas escolhem para anunciar seus produtos. O Fausto é muito generoso e agregador, tem uma linguagem simples e objetiva. Entende de tudo. Ele é uma escola, aprendi muito".

 

Faustão Adriana Colin (loira da direita) - Divulgação

André Marques (apresentador):

"O Faustão foi um dos maiores incentivadores da minha carreira. Ia ao programa dele como ator, fazia umas reportagens e ele sempre me falava que tinha que me tornar apresentador. Me apoiou muito. Disse pra eu ir pra rádio, que lá eu ia ter um maior conhecimento. Segui o conselho e fui, aprendi demais".

"Em 1996, me deu um cane corso de presente. Uma raça que tenho há 22 anos, minha grande paixão. Ele é um dos caras mais generosos que conheço. Ajuda todo mundo. Faz tudo para o bem de todos. Está sempre pronto e solícito a ajudar toda a sua equipe. É um cara que está onde está, não é à toa. Que venha mais 30 anos pela frente".

Talitha Morete (ex-assistente de palco do "Domingão"):

"No 'Domingão' aprendi como se faz televisão. Muitas vezes, ficava só observando e admirando a forma dele conduzir o programa. Era uma aula a cada domingo. Jamais vou esquecer de todos os momentos que vivi naquele palco, de todos os amigos que fiz, de todas as brincadeiras do Fausto e do carinho que sempre tiveram comigo. Tenho muita gratidão por ele e pelo programa".

 

Faustão e Talitha Morete - Arquivo Pessoal

Ana Flávia Simões (bailarina mais antiga do atual grupo):

"O Faustão mudou minha vida. Trabalho com ele desde que me entendo por gente, me formei mulher lá dentro. Amadureci, sorri, chorei, aprendi e ainda aprendo muito. Minha relação com ele é ótima, profissional. Tento aproveitar todas as oportunidades que ele me dá e acho muito legal que ele se preocupe e queira ver a gente sempre crescendo".

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