O cozinheiro Felipe Bronze, apresentador do 'Top Chef', da Record
 - Antonio Chahestian
O cozinheiro Felipe Bronze, apresentador do 'Top Chef', da Record Antonio Chahestian
Por BÁRBARA SARYNE

São Paulo - A TV aberta acaba de nos presentear com mais um dia para sentir vontade de comer assistindo a programas culinários. Nesta quarta, às 22h30, estreia o 'Top Chef', que vai reunir renomados chefs de cozinha para realizar provas para lá de saborosas na Record. À primeira vista, o programa lembra bem o conhecido 'Masterchef', que está em sua décima temporada na Band, mas tem uma proposta diferente.

Para começar, o novo programa não investirá apenas em receitas preparadas pelos competidores, mas também abordará conflitos e afetos construídos com a convivência, já que os participantes ficarão confinados em uma casa. "Mais do que nunca, a gente tem o fator reality nessa história. Eles tiveram uma convivência muito íntima entre eles", adianta Rodrigo Carelli, diretor do núcleo de realities da emissora.

Outro ponto importante, na visão do diretor, é que o apresentador escolhido para o programa entende tanto do assunto quanto os jurados. Felipe Bronze, que já tem experiência na TV fechada com o programa 'Perto do Fogo', é quem comandará essa aventura. Dono do restaurante Oro, que fica no Leblon, Zona Sul do Rio, o apresentador tem duas estrelas Michelin, sendo um dos poucos profissionais da gastronomia brasileira com tal reconhecimento.

No júri, o time também é forte e conta com Emmanuel Bassoleil, que tem mais de 40 anos de carreira e é o responsável, há 15 anos, pelas cozinhas do hotel Unique e do restaurante Skye. O cozinheiro é francês e tem um sotaque bem carregado, que até lembra Erick Jacquin, jurado do 'Masterchef'. Quem estará ao lado dele nessa missão é a jornalista Ailin Aleixo, que escreve sobre gastronomia há 15 anos e, em 2009, criou um dos principais sites sobre o assunto, o 'Gastrolândia'.

Felipe Bronze, os jurados Ailin Aleixo e Emmanuel Bassoleil, e participantes do 'Top Chef', da Record - Antonio Chahestian

Uma curiosidade é que os três já passaram pela cozinha do 'Masterchef' como convidados em dias de provas especiais. Ailin, por exemplo, já consegue notar diferenças entre as atrações e o tamanho da responsabilidade quando se está para valer, em todos os dias de gravação, julgando participantes.

"Aqui é a nossa alma, acompanhamos tudo, é muito diferente fazer uma participação pontual como jurada", diz ela, que teve dificuldade ao encarar esse trabalho logo no início. "Tem sido uma escola para mim fazer uma crítica cara a cara não é como fazer uma escrita. O desafio, no 'Top Chef', é fazer a pessoa melhorar e não deixar ninguém mal com as observações", completa a especialista, que promete falar no programa exatamente o que diria em uma mesa de restaurante quando gosta de um prato ou reprova alguma escolha do cozinheiro.

O confinamento

Logo de cara, parece complicado imaginar um reality culinário em que os participantes ficam confinados, mas Carelli acredita que esse é o verdadeiro tempero do 'Top Chef'. "Tudo que os participantes queriam era não estar ali o tempo todo. Os cozinheiros geralmente são pessoas discretas. Então, tem a barra alta, o jeito de a gente pegar os depoimentos. E os conflitos podem ser vários", afirma o diretor.

Segundo ele, esses atritos não são necessariamente barracos, mas acabam fazendo a diferença na narrativa do reality. Entender o que cada um passa antes das provas, por exemplo, é importante para o público e soma no roteiro do produto televisivo. "Não é só treta. Tem emoção, estresse. Os conflitos são em relação ao que acontece no programa e podem ser pessoais ou podem ter a ver com amizades que se criam com a convivência", explica.

Felipe ainda lembra que em mais de um momento, durante as gravações, aconteceu de um amigo contar para o outro o que estava pensando em fazer para impressionar os jurados e teve sua ideia roubada. "E aí? Como é que essa amizade ficou depois?", provoca o apresentador, despertando curiosidade ao lembrar que até entre os jurados aconteceram desentendimentos.

"Enxergamos a cozinha de maneiras diferentes. Eu tenho tendência a valorizar a criatividade, já o Emmanuel a execução. Ailin gosta de entender a ideia e sempre busca olhar para o participante pelo outro lado da mesa", conta ele, que apesar de tudo vê o amor pela cozinha como um fio condutor que liga os participantes aos jurados. "O confinamento não existe para provocar confusão, as coisas acontecem naturalmente", completa.

Felipe Bronze, os jurados Ailin Aleixo e Emmanuel Bassoleil, e participantes do 'Top Chef', da Record - Antonio Chahestian

Provas

O apresentador e os jurados prometem exigir muito dos participantes com provas complexas e de alto nível. Segundo Felipe, da mesma forma que os cozinheiros serão desafiados a fazer receitas ensinadas por familiares, eles terão de reproduzir pratos de restaurantes renomados. Tudo sempre será uma surpresa e a dificuldade varia muito de prova para prova, mas a cobrança sempre será pela perfeição.

Produzido pela Bravo Media LLC, distribuído pela NBC Universal e licenciado pela Floresta, o formato foi criado nos Estados Unidos em 2006 e já foi adaptado para mais de 20 países, incluindo França, Itália, Portugal, Espanha, Holanda, Canadá e México. A cozinha da Record, no entanto, foi a que recebeu mais investimentos.

Para atrair o público e ter um retorno significativo, a emissora até apostou em um glossário durante as edições para explicar o significado de palavras usadas no meio gastronômico. A ideia não é fazer apenas com que todo mundo entenda o que é falado, mas promover conhecimento com a exibição dos episódios. Para Carelli, não há dúvidas que essa será a cozinha onde haverá mais disputas e será reconhecida como a mais importante do país.

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