EmicidaReprodução/Twitter
Por iG
Publicado 09/06/2021 13:37 | Atualizado 09/06/2021 13:38
São Paulo - O rapper Emicida criticou a burguesia brasileira durante conversa com Luciano Huck durante o 'Papo de Segunda' desta terça-feira, no GNT. Ao criticar a fala de Huck sobre redistribuição de renda, Emicida explicou sobre a desigualdade do sistema capitalista.
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"Tenho minhas dúvidas quando escuto Luciano falar desse convite ao 1% e da predisposição desse 1% participar da redistribuição de riqueza porque não faltaram conjunturas melhores para que esse 1% participasse da discussão e tomasse as rédeas", disse Emicida.
"Inclusive não uso a palavra 'elite' porque significa o que uma categoria tem de melhor. Se referir a pessoas que têm dinheiro somente como a elite da categoria humana parece que a pirâmide da humanidade é definida pelo acúmulo", completou. 
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Luciano Huck havia dito que desconhece "qualquer sistema que tenha tirado mais gente da pobreza que o capitalismo" e disse: "Não tô falando de tirar do rico e dar pro pobre, essa discussão é muito limitada. Você tem que construir uma sociedade onde a educação, antes de tudo, seja igualitária".
Emicida também usou o exemplo próprio, de uma pessoa que saiu da pobreza e que conquistou o sucesso, para explicar que é uma exceção. Em espaços de poder, a diferença salarial entre brancos e negros é de 45%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada no início do ano passado.
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"'Ah, mas você é um cara bem sucedido, nasceu num barraco de madeira e hoje tá confortável'. A imagem que me vem na cabeça é: você no penhasco contemplando uma imagem e alguém te empurra. Você se quebra todo, se agarra num cipó, se salva depois de tempos e com uma perna quebrada, perdeu a memória, uma série de desgraças, mas você consegue botar a mão no penhasco de novo. Aí a pessoa que tem empurrou diz: tá vendo, fiz isso para mostrar seu potencial", disse.
Emicida reforçou que é exceção dentro de um país que as estatísticas mostram as barreiras sociais para quem é negro, mesmo sendo 55% da população brasileira. "Essa gratidão que as pessoas tentam impor para pessoas como eu, não houve um cadastro que eu assinasse e dissesse que escolhi esse sistema econômico e queria participar. Nasci dentro dele e tive que me debruçar. E infelizmente, para cada Emicida que chegou até aqui, quantos vão para a vala? Sacou, mano?", disse. 
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