Malagueta (Marcelo Serrado), Agnaldo (João Baldasserini), Sandra Helena (Nanda Costa), Julio (Thiago Martins)Globo/Paulo Belote
João Baldasserini, que deu vida a Agnaldo, fala sobre o carisma dos ladrões: "Foi tudo muito bem escrito, cada ladrão, cada característica dos personagens tão bem colocadas, que tivemos a oportunidade de desenvolver essas pessoas, essas relações, de forma a trazer graça a eles. São diferentes de uma pessoa sem caráter. Mas a novela vai passar num momento em que as pessoas estão questionando o que está acontecendo com mais rigor", explica o ator.
Marcelo Serrado, que interpretou Malagueta, divide a mesma opinião que o colega. "Cada um achou um caminho e essa torcida para os vilões foi uma coisa muito maluca. Apesar de Claudia Souto (autora) e Luiz Henrique Rios (diretor artístico) serem mestres, terem levado com leveza e com humor esses personagens, fizeram com que o público se encantasse com esses quatro", reforça.
Thiago Martins, que deu vida a Júlio, também destaca o carisma dos personagens como chave para que o público entenda a história. "Cada um com sua particularidade teve seu objetivo no roubo. Comparado a tudo e a todos que vêm roubando há tanto tempo, eu acho que somos muito pequenos. Acredito que as pessoas vão continuar torcendo para que os ladrões saiam desse crime de forma legal. E acho que o fato de termos trazido essa história com tanta alegria a deixará mais leve. As pessoas vão se identificar e se divertir", explica o ator.
Já Nanda Costa, que viveu a camareira Sandra Helena e completa o quarteto de ladrões, destaca que, além de Malagueta, os outros três acabaram se metendo em uma enrascada. "Eles não tinham a menor experiência com isso, não sabiam como fazer, entraram na onda do Malagueta, que era mais estrategista, mais inteligente. Acho que eles nem pensaram nas consequências, no caráter, na ética, em nada. Foram impulsivos. Fizeram uma coisa extremamente errada e vão pagar no decorrer da história".
Contraponto romântico
Mas nem só de roubo vive a trama, Mateus Solano e Camila Queiroz, por sua vez, deram vida ao casal Eric e Luiza, e lembram da época das gravações com carinho. "Tínhamos uma relação desse casal que gosto muito, que era a luz e a sombra. O Eric tinha passado por muita coisa, ele tinha uma sombra em cima dele. E a Luiza era como se fosse o sol dele, ela trazia essa alegria, essa leveza para sua vida, que justifica muito essa paixão dos dois. Acho que era um casal meio moderno, mas ao mesmo tempo com bases muito clássicas e românticas", reflete Camila, que é complementada por seu par romântico.
"A Camila lembrou bem, falou perfeito, lembrou de toda essa história de luz e sombra. Mas lembro também de que tudo estava concentrado em contar essa história do roubo. Isso pegou muito o público. Até nós, como o casal, ficávamos nos enfiando, nos metendo, de alguma forma tentando entrar também nessa história do roubo. A trama foi muito bem construída em torno disso", destaca Solano, que faz uma reflexão sobre a trama.
"Eu acho que a gente falou com leveza sobre assuntos tão pesados. A novela nos lembra que somos mocinhos e vilões das próprias vidas, que todos fazemos nossas escolhas. Isso tudo é muito importante para a gente se relativizar e apontar os dedos para si próprios na hora de lutar por um mundo melhor".
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