João Côrtes interpreta cinegrafista na série ’O Hóspede Americano’, da HBO MaxDivulgação/HBO Max

Rio - Conhecido pelo período em que foi garoto-propaganda de uma operadora de telefonia, João Côrtes voltou às telinhas com a estreia de "O Hóspede Americano", na HBO Max, neste domingo (26). Na minissérie de quatro capítulos, o ator vive um cinegrafista que acompanha o ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt em uma expedição pelo Rio da Dúvida, em Rondônia, no ano de 1914. Integrando um elenco que inclui atores de renome como Aidan Quinn e Chico Diaz, o artista de 26 anos conta ao DIA alguns detalhes da produção.
"Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos, que construímos juntos. Não foi fácil, mas tenho certeza de que o resultado está fantástico. Filmar essa série foi uma das experiências profissionais, e de vida, mais intensas que já vivi. Foram 50 dias filmando na Amazônia, com todos os obstáculos imagináveis: o clima, a distância entre cada locação, a língua inglesa, os milhares de bichos e insetos perigosos, como aranhas, escorpiões, piranhas e cobras", lista o ator.
Produção multicultural
João conta que, durante as gravações, teve a oportunidade de interagir com artistas de diversos países e chegou a comemorar seu aniversário com os colegas de elenco. Entre as experiências marcantes, o ruivo destaca a dedicação da equipe: "Foi extremamente desafiador para todos, mas isso nos fortaleceu e nos uniu. Cada um ali deu o sangue, quase literalmente, para entregar o melhor de si, e isso vai ser refletido na tela, não tenho dúvidas", afirma.
Além do projeto para a plataforma de streaming, o ator também poderá ser visto, em breve, em outras produções multiculturais, como a série "The Journey", com cenas gravadas em português e inglês. Além disso, Côrtes também terá papel de destaque na série "O Anjo de Hamburgo", primeira produção filmada totalmente em inglês pela TV Globo, em parceria com a Sony. Para a trama estrelada por Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi, o artista revela que precisou encarar um novo desafio em sua profissão.
"Eu interpretei o Wilfried Schwartz, um jovem soldado nascido em Hamburgo, na Alemanha. Ou seja, precisei aprender a falar inglês com sotaque alemão. Isso adicionou uma camada ainda mais interessante ao trabalho, e me estimulou a buscar diferentes maneiras de realizar aquelas cenas", conta. Apesar do nível de dificuldade, João comemora as oportunidades que tem recebido: "Essa troca cultural é dos maiores trunfos que essa profissão me traz."
Por trás das câmeras
E não é só como ator que João Côrtes tem construído sua carreira. Inspirado por cineastas como Woody Allen, Fernando Meirelles e Bong Joon Ho, o artista estreou como diretor, em 2018, com o longa "Nas mãos de quem me leva". Em três anos, o projeto independente, que João também assina como roteirista, já conquistou reconhecimento internacional, vencendo prêmios como Melhor Filme e Melhor Diretor no New Cinema Film Festival, em Portugal, e Melhor Roteiro no Seoul Film Festival, na Coreia do Sul.
"Eu sempre tive essa curiosidade de me arriscar nesse papel. Algo dentro de mim sempre pulsou pra dirigir, pra contar minhas histórias", declara o ruivo. "Quando eu terminei de escrever meu primeiro roteiro de longa-metragem, eu sabia que queria muito dirigir aquele filme. Eu tinha cada cena, cada diálogo, cada plano na cabeça, como deveria ser, como eu imaginava. Foi um desafio em muitos sentidos, mas extremamente gratificante", garante.
Novos projetos
Aos 26 anos, João adianta que já escreve o roteiro do sucessor de "Nas mãos de quem me leva", que está disponível em plataformas como Net NOW, Vivo Play e AppleTV+. Vice-campeão do reality show "Popstar", da TV Globo, em 2018, o artista ainda pretende se aventurar mais na música, com alguns clipes planejados ainda para este ano. Somando todos os projetos, o ruivo torce por uma reação positiva do público às diferentes facetas que pretende revelar.
"Eu busco sempre essa versatilidade como artista, que é a habilidade que mais admiro em outros. De poder me metamorfosear, me transformar a cada trabalho, a cada personagem. Espero que eles possam me assistir em lugares diferentes, gêneros diferentes, histórias diferentes, mas que os efeitos e sensações sejam igualmente potentes e eficazes."
*Josué Santos é estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa