Rodrigo NaiceBRUNO BAKETA
Amazonense, o comediante de 31 anos comemora a oportunidade de fazer parte de um coletivo tão reconhecido em todo o país. “Foi a realização de um sonho. Eu sou muito fã do Porta dos Fundos desde quando o canal começou e sempre me imaginei gravando alguma cena com eles e agora pensar que isso pode virar realidade é uma explosão de felicidade. Eu espero, primeiramente, me divertir e divertir as pessoas que estiverem assistindo. Amo o humor crítico deles e espero conseguir mostrar o tipo de comédia que eu acredito”, declara o humorista.
Mesmo assim, a alegria não é o único sentimento que faz parte dessa experiência. Rodrigo revela que também tem muita tensão envolvida no projeto. “O maior desafio foi a insegurança e as inesperadas dores de barriga (Acreditem, acontecia sempre). Quando você está na frente dos melhores do país e tem que mostrar o que você sabe fazer, você fica em pânico! É esquecer das paranoias da cabeça e focar no prêmio de 1 milhão e meio. Ah, não... Não tem prêmio em dinheiro…”, brinca o comediante.
Orgulho de si
Com um perfil tipicamente brasileiro, Rodrigo milita para que o público se sinta reconhecido nele. “Com essa projeção, eu quero muito mostrar pro mundo que pessoas como eu são reais. Que você não precisa se encher de procedimentos estéticos e dietas malucas para trabalhar com o que você ama. Sendo um homem do Norte e LGBTQIA+, eu nem sempre recebo os melhores sorrisos por onde passo, mas os maiores preconceitos que sofri e sofro até hoje são por conta do meu corpo. Eu venho do teatro musical que é um meio extremamente estético e plástico. E, honestamente, nunca consegui entender porquê um gordinho bem resolvido com a sua aparência conseguia incomodar tanto. Com a maturidade eu fui aprendendo a filtrar e não dar importância, mas já passei por muitas crises e momentos tristes. Mas sempre tentei subverter e transformar em arte ou piada”, defende o comediante.
Experiência única
Durante a dinâmica, ao lado de Fábio Porchat, Rafael Portugal e outras celebridades da comédia, Rodrigo revela qual atitude mais chamou sua atenção entre os humoristas. “A maior surpresa foi o carinho que João Vicente teve comigo durante a competição, ele sempre tentava me aconselhar, dava dicas pra eu ir bem na cena, foi realmente um cuidado inesperado. Aliás, todos eram extremamente cuidadosos conosco, porque eles perceberam logo na primeira eliminação que eles estavam lidando com sonhos de pessoas e souberam conduzir de uma maneira muito humana todas as provas e as eliminações. Fomos muito bem acolhidos”, declara.
Futuro próximo
Mas enquanto não saem os resultados sobre quem vai ser escolhido pelo grupo, Rodrigo não deixa de fazer planos para o seu futuro profissional. “Eu quero continuar contando e escrevendo histórias. Seja no Porta, seja nos streamings, seja no teatro, onde for... Em janeiro de 2022, vou realizar um projeto que foi engavetado por conta da pandemia e farei meu primeiro monólogo nos palcos, o ‘No Brasil há amor pra mim?’, que é uma comédia musical, onde eu vou falar sobre amores e desilusões que todos nós sofremos. Está bem divertido”, garante o humorista.
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