Marcelo Adnet imita personalidades no ’Que Doha é Essa?’, exibido no ’Central da Copa’Manoella Mello / Globo

Rio - O humorista Marcelo Adnet está arrancando boas gargalhadas dos telespectadores com o quadro "Que Doha é Essa?", no programa "Central da Copa", da TV Globo. O artista já imitou personalidades como Galvão Bueno, Cléber Machado, Tite, Gilberto Gil, Milton Cunha, Neto e a lista não para de crescer. 
"Aqui nos bastidores do ‘Que Doha é essa’, o trabalho é todo dia, toda hora. A gente assiste aos jogos da Copa do Mundo e fica pensando o que vai falar, o que vai abordar. Não dá para prever qual vai ser a pauta, é uma pauta viva. Tudo o que é gravado vai ao ar no mesmo dia, essa é a principal característica do programa. Temos uma equipe de roteiristas e de caracterização, tanto de figurino quanto de maquiagem, cabelo, barba, para fazer com que tudo ande e funcione no mesmo dia. E também nos dá a possibilidade de pirar nesse universo que o esporte proporciona, que vai muito além das quatro linhas do gramado", explica o humorista. 
Na última terça-feira, Adnet gravou uma paródia envolvendo os vencedores da última rodada das oitavas de final, e encarnou um personagem português e outro marroquino: “Os personagens surgem no dia. Rolou uma gravação, em que o principal tema foi a vitória de Portugal 6x1 sobre a Suíça, e a gente fez o Luis Roberto Leal, que é a mistura do nosso locutor Luis Roberto com o Roberto Leal, cantor português”.
Adnet apostou no quadro como uma alternativa de fazer piada com as diferenças. “O ‘Que Doha É Éssa?’ surgiu com a missão de brincar com todas as situações, ainda mais numa Copa no Catar, que é um lugar difícil e diferente do que a gente está acostumado”.
Além dos quadros gravados à noite, horas antes de o "Central da Copa" ser exibido, Marcelo Adnet faz participações ao vivo no programa e confessa estar se divertindo com a experiência. “É uma emoção diferente. Você estar ao vivo fazendo uma outra pessoa. É bem louco. De toda maneira, acho que a gente está bem na temperatura da Copa, em cima do lance, fazendo também um trabalho jornalístico, de base, para finalmente chegar lá na ponta, que é o humor”, acredita.
A figurinista Alessandra Barrios, há 22 anos na Globo, e o caracterizador Rubens Libório, que trabalha com Adnet há sete anos, são os responsáveis pelo milagre da multiplicação de personagens. “Como trabalhamos com roteiro factual, toda a equipe colabora pra montar os personagens com peças de acervo pessoais. Já usei camisas de seleções, de times, tanto de equipe técnica como da direção e do roteiro. É uma construção conjunta. E como fazemos muitas imitações de repórteres, comentaristas da Globo, pego uniformes com o acervo da casa, mas busco nos detalhes para marcar a pessoalidade e a diferença entre eles. No Galvão, por exemplo, tem um colar que o próprio narrador já usou muito, o nosso Cléber Machado tem relógio de pulseira preta igual ao dele”, revela Alessandra, que aponta a imitação do Rei Charles, como a sua preferida, até o momento: “Tivemos um desafio com a mão inchada do Rei, e para o figurino “casar”, contamos com a mão feita pela produção de arte”.

Marcelo Adnet garante que seu personagem preferido não imita ninguém. “Eu particularmente adoro o personagem Eliteral, o repórter que faz matérias literais, que se aproveita do que tem ao redor dele para fazer a matéria. Não é uma imitação direta de alguém, é a imitação de um tipo de matéria jornalística. E faz o maior sucesso”, aponta ele, que também torce, para que entre as imitações, a de Cléber Machado esteja agradando o homenageado: “Tenho a maior admiração, adoro o Cléber. Ele está na melhor fase. Adoro fazer imitação do Cleber Machado, porque ele começa a pensar coisas e vai indo para outros lugares, muito além do que está acontecendo no campo. Espero que ele esteja gostando também”.