Paolla Oliveira durante o 'Roda Viva'Reprodução de vídeo

Rio - Paolla Oliveira, de 43 anos, falou sobre a vida pessoal e profissional durante a participação do "Roda Viva", da TV Cultura, comandado por Vera Magalhães, na noite desta segunda-feira (5). Entre os assuntos abordados pela atriz foi a escolha atual de não ter filhos.  
"Hoje, não tenho mais vergonha de dizer que considero (uma vida sem filhos)... Eu tinha vergonha, eu inventava várias respostas. Eu realmente considero, pra mim, é uma escolha agora. Acho a maternidade uma coisa tão linda, grandiosa, especial para uma mulher, que tem que ser uma escolha. A escolha de ter. A escolha de não ter, de escolher ter dúvida... Eu congelei óvulos, me dei a possibilidade de escolha, que nem todas as mulheres têm essa possibilidade" afirmou a artista. 
Ela ainda lembrou os julgamentos que recebeu por isso. "De ser uma mulher insensível, dura, amarga. Me sentia menos mulher, familiar. Teve uma publicidade que estava quase pra acontecer e falaram que era melhor não me escolher porque eu era 'menos família'", recordou.  
Durante a atração, Paolla ainda falou sobre a legalização do aborto. "Acho que isso é uma escolha da mulher, e eu sou a favor... Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade".
Presença de influenciadores na teledramaturgia

Paolla Oliveira opinou sobre a presença de influenciadores digitais, sem experiência, em novelas, filmes e séries. "Eu não vejo como um problema. Mais uma vez eu acho que quem aceita fazer, tem que saber o risco que está correndo. Na internet, as coisas passam com um pouco mais de facilidade... não acho que seja uma profissão fácil. Eu aprendi, estudei e tenho um apreço muito grande por essa profissão, que inclusive me salva e me cura todos os dias. É algo muito grandioso para a pessoa achar que consegue fazer assim (facilmente), então é um risco das duas partes. É uma profissão que precisa de mais estofo, vivência, dedicação, estudo". 
Posto de rainha 
Depois de se despedir do posto de rainha de bateria da Grande Rio, Paolla disse que a nova pessoa a ocupar o cargo deveria "da comunidade, uma menina preta". "Elas merecem muito, e muito do prestígio que eu tive lá, do carinho que tive deles foi por estar perto da comunidade, por reverenciar essas mulheres com muito prazer e aprender com elas. Então, seria muito bacana ter uma mulher da comunidade lá, mas acho que as que já estão no posto também deveriam ser reverenciadas, e às vezes as pessoas esquecem disso". 
Em relação às mulheres famosas que ganham visibilidade na festa, a namorada de Diogo Nogueira disparou: "O Carnaval tem um lugar que suporta e comporta todo mundo. Agora, o lugar onde essas mulheres são colocadas e aceitam estar as deixam muito expostas a julgamentos. Então, vai do que a pessoa está afim de fazer... Acho que depende do quanto elas estão felizes de estar ali".
'Vale Tudo'
Intérprete de Heleninha em 'Vale Tudo', Oliveira acredita que a novela ainda é atual. "É inevitável fazer um remake e não pensar na transformação do Brasil de lá para cá. Mudou muita coisa, avançamos em tantas coisas. A gente fala lá da democracia estar sendo estabelecida, tantos direitos civis, tantos altos e baixos. Agora, a gente vive basicamente um momento - de novo - onde teve tanta repressão, onde a arte foi considerada uma coisa menor. A gente vive de novo esse momento de andar para frente. A novela é atual. Não sei se isso é mais assustador ou melhor, mas é atual. As perguntas que são feitas lá fazem muito sentido. Acho que é válido a gente revisitar isso".
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