Por felipe.martins

Rio - O mundo gira e a Lusitana roda. Essa frase é um slogan que tenho na memória, que vinha estampada nos caminhões baús de uma empresa de mudanças. Com o noticiário fervendo e a economia derretendo, parece que a cada giro do mundo, o Brasil dá várias voltas e ninguém sabe mais o que vai acontecer em pouco tempo.

A questão é que a falta de previsibilidade torna o ambiente econômico perigoso e abre espaço para a especulação em todas as formas de negócio. Tentando fazer leitura dos reflexos econômicos é possível traduzir a decepção do mercado com a volta do ex-presidente Lula ao governo, como espécie de primeiro ministro, com poderes para interferir na economia.

Os analistas enxergam que há grande possibilidade de o país usar as reservas cambiais para estimular o consumo popular de curto prazo, a fim de tentar produzir sensação de melhora na qualidade de vida da população sofre com os juros altos e a inflação alta. Com isso, consequentemente, o governo tentará reconquistar apoio popular e sobreviver politicamente.

Trata-se de iniciativa que pode até resultar em um momentâneo alívio no presente, mas que tende a gerar confusão depois, tornando o país vulnerável aos ataques especulativos do capital internacional. Comparando, é como numa luta de boxe, estar encurralado nas cordas apanhando e ensaiar um contra-ataque vigoroso, mas só acertar as luvas do adversário. Você queima as suas últimas energias, não leva um golpe duro, mas também não acerta nenhum golpe importante no opositor.

Depois, a tendência é que o lutador seja nocauteado e a luta finalizada, com a vitória do adversário. Enquanto a luta não acaba e os escândalos políticos da Lava a Jato também, a economia fica apanhando no fígado, com o dólar voltando a subir e no baço, com a bolsa de valores caindo. No Brasil de hoje, a cada novo dia tudo é possível, tudo pode acontecer, até mesmo ficar como está. Na economia, com Lula como ministro, tudo pode mudar, mas com a sensação de que tudo ainda pode piorar mais.

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