Por marlos.mendes

Rio - Não são apenas as disciplinas de sala de aula que fazem parte do aprendizado dos alunos de Ensino Médio. Cerca de 20 escolas do Rio participaram do ‘Miniempresa’, programa idealizado há 17 anos pela ONG Junior Achievement para ensinar jovens como montar o próprio negócio. A formatura ocorreu na segunda-feira, na Cidade das Artes, na Barra, com entrega de prêmios às melhores iniciativas.

Depois de um treinamento dado por voluntários, eles criam uma firma com presidente, diretor de marketing, financeiro, produção, finanças e até recursos humanos. Em seguida, vendem cotas de ações para levantar um capital e iniciam a produção. Em julho, as ‘miniempresas’ estudantis venderam produtos em uma feira no Shopping Downtown, na Barra. Com o término do projeto, repassaram lucros aos cotistas. A verba que seria usada para pagar impostos sobre a venda é usada para beneficiar entidades carentes.

Por 15 semanas%2C os alunos criam produto e estrutura de empresa em reuniões semanaisMarcio Mercante / AG. ODIA

Para Keila Bilatto, coordenadora de projetos da Junior Achievement, o programa mostra mais uma alternativa para estudantes num momento em que eles ainda analisam as opções de curso na faculdade. “O programa dá aos alunos a possibilidade de sair da teoria. Eles precisam trabalhar em equipe e ter capacidade de organização, porque passam a ser responsáveis pelas estratégias do negócio que criaram”, avalia.

Flávia Fortuna ainda não sabe a profissão que irá escolher. Mas já pensa na possibilidade de montar o próprio negócio, inspirada na experiência adquirida no projeto. Ela atuou como gerente de marketing na ‘Lumus’, criada por alunos do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Sagrado Coração de Maria, em Copacabana, para comercializar luminárias sustentáveis. “Esse projeto abriu a minha cabeça para o empreendedorismo e me fez perceber que há outras possibilidades para o meu futuro. Percebi que tenho facilidade nessa função”, analisa.

A professora Giselle Camargo Teixeira, coordenadora educacional de Ensino Médio e responsável pelo projeto no colégio, concorda: “Estamos ensinando o conceito de empreendedorismo em sala de aula. Antigamente, o cidadão brasileiro era formado para ter carteira de trabalho. Hoje, estamos estimulando a formação de jovens empreendedores. É uma visão de primeiro mundo. Num momento de crise, se tornar empreendedor é uma opção para qualquer profissional”, aposta, como quem carrega consigo a certeza de que uma nova geração de futuros empreendedores começa a surgir diante dos seus olhos e bem antes da vida adulta, dentro do ambiente escolar.

YouTube ajuda projeto

Os alunos do Colégio Anglo-Americano, na Barra, criaram quadros estilizados para fixar na geladeira ou na porta de casa. É o Emplac S.A. A iniciativa tem página no Facebook, criada por um dos alunos, que é youtuber. O último vídeo teve quase duas mil visualizações. “É uma experiência que eles levam para o futuro”, acredita o professor Jorge Luiz Coppolo, coordenador pedagógico da escola.

Os alunos do Colégio Anglo-Americano%2C na Barra%2C criaram quadros estilizadosMarcio Mercante / AG. ODIA

Os alunos da Escola Técnica Ferreira Viana, no Maracanã, criaram um suporte para celular. “Não é uma mera competição. É a dinâmica com a simulação de uma empresa. E isso reflete no cotidiano da escola, porque os alunos assumem a responsabilidade”, comenta a professora Ligia Matos, coordenadora da escola de projetos.

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