Por thiago.antunes
Rio - O Palácio do Planalto descartou qualquer mudança na idade mínima de 65 anos para homens e mulheres pedirem aposentadoria no INSS. De acordo com o governo, a proposta de estabelecer a idade mínima é o “ponto central” para que se atinja o equilíbrio futuro nos gastos públicos.
De acordo com a Agência Estadão Conteúdo, o Planalto estaria disposto a negociar com as centrais sindicais mudanças na idade mínima de 65 anos para enfrentar resistências à reforma. Uma das alternativas possíveis é a fixação de um escalonamento, até se chegar à marca de 65.
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Durante a reunião do presidente Michel Temer com as centrais sindicais para apresentar a reforma, o governo viu que a fixação desta idade mínima terá muita dificuldade de ser aprovada. Esse foi o ponto mais atacado pelos sindicalistas no encontro.
Participaram do protesto metalúrgicos de montadoras Volkswagen%2C Mercedes-Benz%2C Ford%2C Skania%2C além de empresas de auto-peças da regiãoDivulgação

No entanto, segundo interlocutores do governo, a proposta foi desenhada com uma “gordura” para negociação por causa da complexidade da reforma e das resistências já encontradas antes mesmo de seu anúncio pelo presidente Temer.

A alternativa de mudar a idade mínima deve ser levada ao governo pela Força Sindical. Em entrevista ontem ao DIA, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), advertiu que a reforma do jeito que está não será aprovada pela Câmara.
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De acordo com o sindicalista, a Força vai propor uma mudança da idade para homens e mulheres pedirem aposentadoria e regras de transição mais suaves para todos.  “Entre as medidas que vamos propor está a adoção de 60 anos para homens e 58 para mulheres e regra de transição de 30% para todos os trabalhadores, o que resolveria o problema dos 49 anos de contribuição para pedir o benefício”, pontuou o sindicalista.
Manifestação de metalúrgicos fecha Via Anchieta
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Metalúgicos do ABC Paulista fizeram manifestação contra a Reforma da Previdência e bloquearam as pistas marginais da Via Anchieta. Participaram metalúrgicos das montadoras Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, Scania, além de empresas de auto-peças da região.
De acordo com a concessionária Ecovias, os manifestantes chegaram a ocupar as pistas marginais da Anchieta, na altura do quilômetro 23, no sentido São Paulo e na altura do quilômetro 15 do sentido litoral.
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O ato faz parte de agenda de ações organizada pela Central Única dos Trabalhadores, a maior do país, que são contrárias à Reforma da Previdência. Para a entidade, as mudanças ameaçam o direito à aposentadoria e a garantias da seguridade social. “É um absurdo o que este governo quer fazer com os trabalhadores”, adverte João Cayres, secretário-geral da CUT.
O projeto estabelece a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Para obter o benefício em valor integral, o trabalhador precisará pagar por 49 anos, de acordo com o projeto apresentado pelo governo.