Por thiago.antunes
Rio - O que o governo estadual coloca como a ‘salvação’ para o Rio é atacado pelo funcionalismo. Por isso, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) promete pressionar o Legislativo para barrar a venda da Cedae — as ações da estatal seriam garantias para empréstimo de R$ 3,5 bilhões destinado ao pagamento de servidores.
Na terça-feira, o Muspe fará ato contra essa medida, ao meio-dia, em frente à Alerj, e na quarta-feira os líderes sindicais vão percorrer os gabinetes dos deputados. O objetivo é cobrar posicionamento contrário à privatização da companhia. E, na quinta, quando o texto irá à votação, haverá protesto. 
Terça-feira%2C servidores vão fazer ato na Alerj%2C e na quinta-feira%2C quando haverá votação da venda da Cedae%2C prometem manifestação maiorArquivo O Dia

O Muspe chegou ainda a redigir um documento de declaração de voto de cada parlamentar sobre todos os itens (incluindo aumento da contribuição previdenciária para 22%) propostos pelo estado no novo pacote de austeridade. Até agora, 17 deputados assinaram a carta se declarando contrários às medidas.

Publicidade
“Privatizar a Cedae em troca de pagamento de folhas e do 13º salário é pretexto e chantagem para vender a empresas”, declarou um dos líderes do Muspe, Ramon Carrera, que também é do Sind-Justiça. “O governo deveria cobrar a dívida ativa, de cerca de R$ 66 bilhões, e reduzir secretarias e cargos comissionados”, acrescentou.
A polêmica em torno da venda da Cedae permeia os corredores da Alerj também. Apesar disso, deputados governistas apostam em aprovação do texto, apontando que é a maneira de o estado regularizar os pagamentos e sair do buraco. No entanto, como a companhia é superavitária, gerando lucros e dividendos para o estado, há resistências.

Projetos armados

Na quinta-feira, o Executivo enviou mensagem com a proposta de venda da Cedae e de empréstimos à Alerj. Com isso, as duas medidas ficam amarradas, diferente do que era esperado anteriormente: seriam enviados dois projetos de lei.

Mesmo que o acordo com a União determinasse que o empréstimo de R$ 3,5 bilhões seria feito com garantia de ações da Cedae, parlamentares tentariam tirar essa condição e votariam a favor apenas da autorização para o crédito. Agora, não há como desmembrar as duas propostas.

Publicidade
Policiais civis denunciam governo  ao MP por suspeita de desvios
Conforme a coluna informou em 31 de dezembro de 2016, a Coligação dos Policiais Civis (Colpol) entregou ao Ministério Público do Rio representação contra o estado por indícios de desvio de finalidade dos R$ 2,9 bilhões doados pela União. A Associação dos Bombeiros Militares (ABMERJ) também assinou o documento.
Publicidade
À época, o governo federal disse que as verbas seriam destinadas à Segurança para a realização da Olimpíada. Mas, até hoje, o Regime Adicional de Serviço (RAS) cumprido compulsoriamente pelos policiais civis e militares não foi pago.
“As verbas eram carimbadas para a Segurança e os créditos não foram feitos. Se a doação era para a Segurança, como até hoje existem débitos referentes às horas extras. Onde foi parar o dinheiro?”, questiona o presidente da Colpol, Fábio Neira.
Publicidade
Caxias promete pagar 13º até a próxima sexta-feira
A Prefeitura de Duque de Caxias, hoje comandada por Washington Reis (PMDB), informou que pagará o 13º salário aos servidores do município até sexta-feira. O prefeito anterior, Alexandre Cardoso (PSD), deixou o cargo sem quitar a folha de novembro para a Saúde e a Educação e sem depositar dezembro, além do 13º.
Publicidade
Questionada, a atual gestão explicou que os salários atrasados de dezembro (para todo o funcionalismo), e os de novembro para a Educação e a Saúde serão pagos de acordo com a entrada de recursos.
A prefeitura afirmou que vai desenvolver programa de anistia que contribuirá para aumento da arrecadação e que o valor será destinado para o pagamento dos atrasados. Os salários de janeiro foram antecipados.