Por thiago.antunes
Rio - Homem de confiança do governo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi confirmado presidente da comissão especial da Reforma da Previdência na Câmara. Marun foi eleito com 22 votos. Ele disputou com os candidatos avulsos Pepe Vargas (PT-RS) — que teve oito votos — e Major Olímpio (SD-SP), que recebeu apenas quatro votos.
A sessão de instalação foi marcada por questões de ordem da oposição e tentativas de postergar o andamento dos trabalhos. A oposição alega que o governo quer votar o projeto à toque de caixa.
Publicidade
Assim que Marun confirmou a indicação de Arthur Maia (PPS-BA) para a relatoria da Proposta de Emenda à Constituição, o deputado Ivan Valente (Psol-SP) apresentou reclamação formal dizendo que o relator foi financiado por empresas diretamente interessadas na Reforma da Previdência.
Na reclamação, Valente afirma que Maia recebeu recursos na campanha de 2014 de bancos e seguradoras interessadas na mudança das regras da Previdência. No documento, Valente questiona a isenção do deputado para o exercício da função e faz um apelo para que não seja designado para a relatoria, assim como qualquer deputado que tenha recebido doações de empresas com interesse na reforma da Previdência.
Publicidade
Marun ignorou o pedido e manteve Maia no posto. “O impedimento é uma questão de foro íntimo, o que não é o caso”, respondeu Marun.

Plano de trabalho sairá na terça
O relator da comissão da Reforma Trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), disse que vai apresentar na próxima terça-feira o plano de trabalho do grupo. Em sua fala, Marinho disse que fará uma ampla discussão sobre a Reforma Trabalhista, ouvindo tanto empregadores e movimentos sindicais.
Publicidade
“Nós queremos fazer um trabalho que seja o mais amplo possível, nós vamos ouvir as centrais, os trabalhadores, os empresários, os especialistas da área, nós estamos abertos a sugestões”, disse. O deputado também disse ser a favor da tese de que a reforma não pode tirar direitos do trabalhador, apenas modernizar as relações de trabalho. “Tenho escutado mantras que repetem ‘nenhum direito a menos’. Eu estou nessa: nenhum direito a menos”, comentou.
A sessão de instalação da comissão ontem foi marcada por questões de ordem da oposição. Entre os principais pontos da reforma está a prevalência de acordos entre patrões e empregados sobre a legislação. Hoje, os contratos de trabalho devem seguir as regras da CLT. Ao todo 23 deputados marcaram presença na reunião.