Rio - A venda da Cedae para que as ações da companhia sirvam de garantia para empréstimo bancário de R$ 3,5 bilhões ao Estado do Rio não tem o apoio do funcionalismo, que promete pressionar o Legislativo para que a proposta não passa na Alerj. Por isso, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio (Muspe) promete engrossar o número de atos nesta semana. A votação do projeto — que recebeu 211 emendas — na Casa começa amanhã e vai até quinta-feira. Nos mesmos dias, haverá atos e os servidores dizem que não vão recuar.
Nesta segunda, o Muspe organiza uma ‘vigília’ a partir de 10h em frente à Alerj. A manifestação contará com um carro de som, faixas e cartazes. Na terça-feira, o movimento convoca os servidores para mais um ato, que deve ganhar forte adesão, também em frente ao Parlamento fluminense.
Ainda que o empréstimo sirva para pagar o décimo terceiro dos servidores estaduais e mais uma folha salarial, o Muspe classifica a venda da companhia como um erro. Diz ainda que o estado não pode abdicar de seu único ativo devido à “má gestão”.
Um dos líderes, Ramon Carrera, que é da direção do Sind-Justiça, garante que as categorias estão unidas para impedir a privatização da companhia. Ele acredita também que os últimos acontecimentos envolvendo o governador Luiz Fernando Pezão (cassação do mandato pelo TRE e bloqueio de contas dele) fragilizaram o governo.
“As sucessivas denúncias de corrupção envolvendo o governador, somadas ao bloqueio das contas dele, fragilizaram e dividiram os deputados. Nosso sentimento é que muitos parlamentares não acreditam na capacidade política e administrativa do governador. Por isso, alguns decidiram não dar mais uma sobrevida a este governo”, disse o sindicalista, que tem ido aos gabinetes de deputados. Já o governo acredita ter maioria para aprovação do texto.
A venda da Cedae é prevista no plano de recuperação fiscal elaborado entre o estado e o Rio. Com todas as medidas, o projeto prevê ajuste de R$62,4 bilhões em três anos.
Convocação na Educação
Em sessão na Câmara dos Vereadores do Rio na última semana, o líder do governo, vereador Paulo Messina (Pros), esclareceu que a chamada do primeiro grupo de 900 Agentes de Apoio à Educação Especial, anunciado pelo prefeito Marcelo Crivella e pelo secretário de Educação, Cesar Benjamin, será concluída em abril.
Messina garantiu que, além dos 300 agentes convocados em fevereiro, mais 300 serão chamados em março e os outros 300 restantes, no mês seguinte. Ele disse que houve necessidade de “parcelar a chamada devido ao gargalo que se criou na perícia, pela quantidade de convocados”. Também estão sendo chamados mais de 800 professores.