Por bianca.lobianco

Rio - Os mutuários já podem usar o saldo do FGTS para comprar imóveis de valores mais altos. Começou a valer ontem a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que elevou a R$ 1,5 milhão o limite máximo dos preços das unidade habitacionais novas que são financiadas por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O novo patamar vale até 31 de dezembro deste ano.

Os financiamentos pelo SFH têm taxas de juros mais baixas do que demais contratos do mercado, de até 12% ao ano. Acima desses valores, valem as normas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), com taxas mais altas e definidas livremente pelo mercado.

É a segunda vez que o governo mexe nos valores de financiamento desde o fim do ano passado. Em novembro, houve reajuste do teto de R$650 mil para R$ 800 mil, na maior parte do país, e de R$ 750 mil para R$ 950 mil no Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio e em São Paulo. O novo teto de R$ 1,5 milhão valerá para todas as regiões do país.

De acordo com o Ministério do Planejamento, a medida deve ampliar o acesso da população brasileira às taxas de juros mais baratas e possibilitará a movimentação dos recursos das contas vinculadas do FGTS para o pagamento das prestações.

A decisão do governo de elevar o teto de financiamento deve aquecer o mercado imobiliário, sobretudo o segmento voltado para as classes média e alta. A expectativa do setor é de destravar de vez o mercado e injetar ânimo na construção civil.

De acordo com a agência Estadão Conteúdo, a economia para o consumidor com mais recursos que busca a casa própria chega a R$ 250 mil ao final de um financiamento, segundo simulação elaborada pelo consultor Marcelo Prata, fundador do site Canal do Crédito. A parcela inicial, por exemplo, fica R$ 1.185,44 mais barata.

Já a taxa de juros pode ser 1,5 ponto percentual menor entre o regime anterior e as novas regras. O efeito prático da redução no custo do empréstimo, contudo, deve ser maior. O cálculo utiliza a chamada taxa balcão, para quem não tem nenhum relacionamento com o banco.

Mas por excluir o mercado de usados, a medida pode ter efeito reduzido na economia, na avaliação do pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn. “O proprietário de uma unidade usada poderia utilizar a nova regra para partir para um novo”, afirma. 

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