Por thiago.antunes

Rio - O refrão “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí” nunca foi tão a cara do Rio. O carioca em meio à crise econômica, digna de Quarta-Feira de Cinzas, terá mais do que nunca que usar a criatividade para pular Carnaval sem afetar o orçamento. Para ajudar os foliões, O DIA ouviu dicas de especialistas, que vão desde levar o famoso “isoporzinho” para o bloco a aproveitar para ganhar uma grana extra.

Para o professor de Economia Lauro Barillari, o fundamental é pisar de leve no acelerador dos gastos. Caso contrário, quem pretende viajar neste período ou aproveitar os blocos de rua pode terminar o Carnaval com o orçamento na sarjeta.

“O planejamento financeiro é o pulo do gato. É importante considerar o total a pagar e as despesas fixas do mês e ver o que vai sobrar para gastar no Carnaval. O objetivo é sabermos quanto temos de dinheiro disponível para gastar e garantir a tranquilidade financeira nos demais meses, evitando endividamento e apertos desnecessários”, aconselha.

As amigas Daniella, Aurelia e Carolina vão aproveitar e vender doses de cachaça de jambu no Carnaval Milena Magalhães

Segundo Barillari, o gasto com refeições, bebidas, transportes, farmácia devem ser contabilizados, tanto por quem vai sair do Rio quanto os foliões que vão aproveitar os festejos na cidade. “Nos casos dos passeios, pacotes de viagens, entradas para bailes, festas e blocos devem ser efetuados no crédito parcelado”, recomenda.

Outra dica do especialista é o de reciclar a fantasia, pedir emprestada ou usar a do ano passado ou ser criativo para ter custo zero. “Seja qual for o estágio, a falta de planejamento deixa o consumidor em maus lençóis”, diz.

Há três carnavais, a professora de Educação Física Dayze Marília Peixoto, 29 anos, moradora de Belford Roxo produz suas fantasias para desfilar nos blocos Suvaco de Cristo, Carmelitas e Orquestra Voadora.

“A dica de reaproveitar a fantasia é super econômica. Assim é menos uma despesa, facilitando a curtição com os amigos”, diz Dayze. Ela reutiliza o material para confeccionar a nova fantasia. “Neste ano, a personagem será a Arlequina”, conta.

Também é possível ganhar uma grana extra nos quatro dias de folia

O consultor do Sebrae-RJ e economista Sérgio Dias orienta aqueles que veem no Carnaval não só diversão mas também uma forma de ganhar dinheiro. “O consumo no Carnaval fica muito aquecido. Veja o que você sabe fazer para atender às mais diversificadas demandas que os foliões têm. Comida, bebida, transporte, adereços, fantasias, tomar conta de alguém ou de algum objeto, enfim, uma série demandas”, ensina.

Seguindo a dica de faturar uma grana extra, a jornalista Daniella Fernandes, 32 anos, a comerciante Aurelia Müller, 53, e a advogada Carolina Amorim, 27, resolveram apostar na venda de cachaça de Jambu, bebida típica do Pará. Enquanto elas se divertem nos blocos, vão aproveitar para ganhar um dinheiro a mais .

“A cachaça de jambu deixa a língua dormente. Poucas pessoas conhecem. Aqui no Rio é possível encontrar em alguns lugares e já vi gente vendendo em blocos também. Vamos para o Carnaval curtir e aproveitar para vender as doses”, explica Daniele.

A dose da bebida custará, segundo elas, R$ 8 e as moças esperam vender em média 200 doses. E se por um acaso sobrar cachaça, não faz mal, as três combinaram de beber e não levar nada de volta para casa. Sérgio Dias também tem outras sugestões para dar: “Prefira os blocos de rua que não cobram ingresso para participar. Além disso, leve sua bebida e algo para comer. Nessa época os preços disparam”.

O economista Lauro Barillari lembra que é preciso pesquisar alternativas de programação utilizando as redes sociais como aliadas. “A busca deve ser sempre pautada por uma programação que concilie a nossa vontade e o que cabe no bolso”, sugere.

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