Rio - Apesar da esperança do governo do Rio de conseguir na Câmara Federal a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) — que suspende em três anos o pagamento de dívidas dos estados com a União —, ontem, a votação acabou adiada para a próxima semana. A decisão foi tomada pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), por falta de quórum na sessão.
Segundo o governador Luiz Fernando Pezão, o Rio de Janeiro será um outro estado se o texto for aprovado. À coluna, ele disse que o tempo de recuperação das finanças será de 18 meses. “Em dezoito meses (um ano e meio) o Rio já vai ser um novo estado. E se o petróleo (preço do barril) melhorar vai ser mais rápido”, declarou.
O governador acompanhou as sessões de quarta-feira e de ontem na Câmara. Ele tem ‘peregrinado’ em Brasília pelos gabinetes de lideranças partidárias pedindo apoio ao projeto. E como o relator da proposta é o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), ele conseguiu ‘força’ nesse trabalho.
A votação do projeto havia começado na quarta-feira à noite. Houve obstrução de pauta pela oposição, o que provocou o atraso na sessão. Os parlamentares do Psol, PT e outras legendas atacaram as contrapartidas exigidas aos estados pela União para colocar em prática o RRF. Eles citaram ainda as denúncias de corrupção envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral e o atual governo.
Posteriormente, na quarta-feira, Maia decidiu adiar para o dia seguinte (ontem) a votação. No entanto, mal a sessão começou e teve de ser postergada mais uma vez devido ao número insuficiente de parlamentares.
O regime ‘alivia’ os cofres do Rio, mas exige que o estado congele gastos, impedindo reajustes de servidores, novas contratações e determina o aumento da alíquota previdenciária para 14%.