Risco: anúncios espalhados pela cidade prometem facilidades na concessão de aposentadoria do INSS - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Risco: anúncios espalhados pela cidade prometem facilidades na concessão de aposentadoria do INSSDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por MARTHA IMENES

Rio - Aposentados e pensionistas do INSS são constantes alvos de tentativa de golpes. Uma das formas mais corriqueiras para ludibriar os segurados do INSS é quando os golpistas se fazem passar por representantes de bancos e instituições de crédito para oferecer empréstimos consignados - aquele feito com desconto no contracheque. Diante dos riscos de aposentados serem enganados, bancos alertam seus clientes sobre a atuação de fraudadores neste sentido e para que tomem cuidados. 

Em nota, o BMG - um dos principais bancos conveniados com a Previdência -, por exemplo, informou que "há pessoas de caráter duvidoso se identificando como seus prepostos ou representantes, oferecendo empréstimos mediante a exigência de pagamento antecipado de valores a título de fiança, seguro-fiança ou tarifas". O banco nega que tenha esse tipo de serviço e solicita que aposentados e pensionistas do INSS denunciem a tentativa de golpe.

Nestes casos, especialistas recomendam ter cuidado, principalmente, com dados pessoais. É preciso ficar atento e lembrar que bancos e instituições públicas não solicitam informações por telefone ou e-mail. Em caso de perda ou roubo de documentos, é recomendado registrar a ocorrência na polícia e comunicar o fato a órgãos de proteção ao crédito (SPC e Serasa).

Além disso, o aposentado que desconfia ter sido vítima de fraude deve tirar o extrato do benefício no site da Previdência e acompanhá-lo para ver se há desconto indevido. Ao perceber irregularidades, precisa ir até um posto do INSS e pedir para verificar os dados referentes a todos os empréstimos consignados feitos em seu nome.

O INSS orienta o beneficiário a formalizar denúncia ligando gratuitamente para a Central 135 ou então por meio da internet. Além das agências da Previdência Social, o segurado também pode entrar em contato com a Ouvidoria em https://www.inss.gov.br/.

O instituto também fornece a lista de bancos conveniados e as taxas de juros praticadas por eles. Quem quiser conferir é só entrar na página www.inss.gov.br/orientacoes/emprestimo-consignado/. Lá, o segurado pode clicar em Instituições Financeiras Conveniadas e ter acesso a todas as informações sobre juros e bancos que trabalham com o empréstimo consignado. O teto dos juros está em 2,08% ao mês. 

Várias denúncias

O DIA tem denunciado inúmeras tentativas de golpe contra segurados do INSS. Em uma delas, em novembro ao ano passado, Antonio Carlos de Oliveira Reis, 67 anos, morador de Quintino, se livrou de uma boa! Prestes a se aposentar, ele quase ligou para um desses números de telefone que prometem aposentadoria mais fácil que estão espalhados  em muros e faixas pela cidade.

A dica da advogada Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Assessoria Jurídica e Previdenciária é: "O trabalhador que está perto de se aposentar deve fugir de falsas promessas de "aposente-se já" espalhadas pela cidade e publicadas em classificados de jornais.

"Ao fornecer documentos a um desconhecido, o trabalhador fica vulnerável a todo tipo fraude", alerta Cristiane. "Alguns benefícios são concedidos de forma fraudulenta e o segurado nem sabe", adverte.

Pagamento antecipado
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Outra situação a que O DIA teve acesso foi o caso em que o segurado paga antecipado para quem promete facilidades na revisão do benefício e nunca recebe a carta do INSS. E quando busca informação, verifica que nem houve abertura de processo administrativo no INSS.
"Já em outros casos, tem o benefício concedido de forma errada. Sem contar os que ao receber o pagamento são 'premiados' com descontos de empréstimos consignados que nunca fizeram", afirma Cristiane Saredo. E orienta: caso desconfie do débito, deve pedir na agência do INSS formulário para consultar empréstimos consignados.
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"Se houver necessidade de questionar decisão sobre o benefício é possível procurar a Defensoria Pública da União, que tem atendimento gratuito, para avaliar se cabe recurso administrativo ou ação", adverte o defensor público Thales Arcoverde Treiger.
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