Rio - Os planos de saúde não querem limite na cobrança de franquias - taxa adicional como em seguros de carros -, conforme proposta da Agência Nacional de Saúde (ANS). As empresas também são contra oferecer pacote mínimo de serviços gratuitos aos clientes, com exceção para doenças crônicas. A proposta da ANS regulamenta também o sistema de coparticipação, que já é usado por vários convênios médicos.
Pelo que propõe a ANS, a franquia terá o preço equivalente ao valor do plano contratado, que não pode ultrapassar o dobro da mensalidade. Se esta é de R$ 400, por exemplo, o total da fatura, incluindo o adicional, não pode passará de R$ 800, no mês, chegando a R$ 4,8 mil em um ano. A limitação de valores contraria as administradoras de planos.
De acordo com o diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), José Cechin, tanto a franquia quanto a coparticipação vão funcionar como moderadores do uso do plano de saúde, combatendo desperdícios.
Para o economista chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, é importante que as normas sejam claras para facilitar a vida de quem vai adquirir algum dos mecanismos. "Se elas são claras, fica fácil e possível ser operacionalizada com segurança", declarou ele.
A pesquisadora em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete, alertou para possíveis prejuízos com a proposta da ANS.
"A franquia e a coparticipação são fatores para inibir o uso do plano de saúde para os consumidores. Isso propicia uma maior economia para a operadora", afirmou. "Esses mecanismos não são vantajosos, especialmente para quem precisa de cuidado constante, como idosos ou doentes crônicos", acrescentou ela. "A gente aconselha que o consumidor preste muita atenção na hora de contratar", finalizou.
Reportagem da estagiária Carolina Moura, sob supervisão de Max Leone