O aumento da previsão de inflação para o próximo ano, e a consequente alteração no valor do salário mínimo vai repercutir diretamente no teto do INSS, que passará dos atuais R$ 5.645,80 para R$ 5.882,92. E todos os demais benefícios também serão reajustados. O mínimo, além de ser referência de valor para salários, aposentadorias, pensões e auxílios-doença, também tem efeito sobre o abono salarial e o seguro-desemprego.
Mas por que isso ocorre? Um acordo firmado no governo Lula entre representantes de aposentados, sindicatos estipulou uma regra para valorização do salário mínimo.
A regra de cálculo, que perde a validade esse ano, determina que o salário mínimo seja corrigido pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, que passou de 3,3% para 4,2%, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores, que está em 1%.
Por conta disso a estimativa do salário mínimo, que serve como piso da Previdência, passará dos atuais R$ 954 para R$ 1.006. Com isso, quem ganha acima do piso deve ter correção, a partir de 1º de janeiro, de 4,2%, que é a estimativa de inflação de 2018.
Para Marcos Bulgarelli, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força Sindical, os percentuais não suprem as necessidades dos mais de 30 milhões de aposentados e pensionistas, pois não repõem todas as perdas.
"Não tivemos perdas maiores por conta desse acordo, que vamos levar ao presidente eleito. Pois não podemos voltar a não ter fórmula para o reajuste do mínimo como era antes", adverte Bulgarelli.
A expectativa, segundo Bulgarelli, é que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) mantenha o mesmo acordo firmado para a valorização do salário mínimo.
Vale ressaltar que tanto o Congresso, que ainda vai votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, e o governo, ainda podem alterar esses valores.