Feira de Inverno do Bryant Park - Martha Imenes / Agência O DIA
Feira de Inverno do Bryant ParkMartha Imenes / Agência O DIA
Por MARTHA IMENES

Nova York (EUA) - Os produtos "made in Brasil" são destaques na Feira de Inverno do Bryant Park, em Nova York. E de uma forma via famosa no Brasil: o empreendedorismo. Assim, alguns brasileiros conseguiram se estabelecer no exterior e levaram ao mercado externo suas produções e seu talento. Mas a tarefa não é fácil!

Este foi o caso da Brazilian Home Collection, da paulistana Angela Gross, que há quase 40 anos vive em Nova York. A brasileira tem uma empresa de artesanato em New Jersey que vende peças exclusivas feitas por artesãos brasileiros.

Em um estande no Bryant Park, em Manhattan, onde ocorre uma Feira de Inverno, Ângela bateu um papo com O DIA e contou sobre alguns desafios para empreender na terra do Tio Sam.

"Não basta chegar ao país e mostrar seu produto ou seu serviço. É preciso estudar a cultura local, as necessidades do mercado, o gosto do cliente, para só depois avaliar se o que vai oferecer será aceito", dá a dica. "São muitos os desafios para se estabelecer em um outro país, principalmente por causa da diferença cultural", acrescenta Ângela, que exporta suas peças também para o Canadá. "Dou preferência a artesãos de áreas carentes do Brasil inteiro".

Aroma brasileiro

Uma outra empresa que viu nos Estados Unidos um mercado promissor foi a Natura, que também tem um estande na feira no Bryant Park. Mas ao contrário de Ângela, que empreendeu, a empresa brasileira de cosméticos já veio com tudo para o mercado norte-americano. No ano passado, a marca inaugurou uma loja na 240 Elizabeth Street, no coração de Nolita (North of Little Italy).

O estande da Natura no Bryant Park tem a cara e o cheiro do Brasil! E foi justamente esse aroma que atraiu o programador Brendan MacKallen Silva. Sim, Silva!

Brendan, de 29 anos, é filho de brasileiros. "Costumo passear no parque nesse período porque encontro produtos bons a preços mais em conta", explica o jovem, que vai matar a saudade de casa com os produtos da linha Eckos, da Natura.

A Feira de Inverno do Bryant Park, que fica entre a Quinta e a Sexta Avenida, no Centro de Manhattan, vai até o início de janeiro. Quem quiser pode aproveitar para conhecer outras marcas e produtos de empreendedores locais e de outros países.

Para visto permanente, a saída é empreender

Para os brasileiros que desejam sair do país e começar uma vida nova nos Estados Unidos, uma boa dica é a prorrogação do prazo para requerer o visto EB-5, ou visto de investidor, que garante a permanência nos Estados Unidos com a contrapartida de investimento em projetos. A alternativa veio para pelo menos 280 brasileiros em 2017 que se mudaram para o país da América do Norte.

O visto pode ser solicitado até 7 de dezembro. Os interessados podem investir um mínimo de US$ 500 mil no programa.

Nos primeiros 24 meses, há o visto temporário, e, após este período, é possível pedir o visto permanente. O tempo de dois anos é determinado para que o dinheiro captado tenha gerado pelo menos dez postos de emprego em regiões estadunidenses.

Ana Elisa Bezerra, vice-presidente da LCR Capital Partners, que presta consultoria sobre projetos EB-5, alerta que esta prorrogação é importante para quem pode garantir o aporte de US$ 500 mil até dezembro. O valor não sofre reajuste desde os anos 90. "Uma das mais prováveis mudanças será o reajuste do valor mínimo de investimento, por isso a prorrogação oferece um bom momento para quem deseja aplicar este visto".

Alternativas

Um ponto destacado por Tadeu Ferreira, da LFA – Leaf, Ferreira de Araújo, especialista em emigração, que mora em Miami, existem outras alternativas para quem não tem tanta grana para investir. O visto H1B, por exemplo, é conhecido como a "loteria do visto" e é um dos mais procurados.

Nessa modalidade, o candidato precisa ser bacharel em áreas que tenham atuação no país, como por exemplo, professor. "É importante destacar que, neste caso, é preciso de um 'patrocinador'. Ou seja, alguém que contrate esse trabalhador", conta o advogado.

Esse tipo de visto vale inicialmente por três anos e pode ser prorrogado por mais três. Caso o sortudo seja sorteado pelo governo, ele recebe o green card.

Estudante

Outra forma de ir para os EUA é com o visto F1, que é o de estudante. Mas nesse caso não dá direito a green card e quando acabar o curso, caso não consiga um trabalho no país, o retorno ao Brasil é certo.

Para o F1 é preciso ainda demonstrar que tem condições financeiras para estar no país durante o curso. E isso não é nada barato. "São necessários cerca de US$ 1,5 mil para despesas do curso, mais outros US$ 1,5 mil para pagar um aluguel e os gastos com alimentação e transporte, que deve dar em torno de US$ 500", explica Ferreira.

Essa continha, no barato, dá uns US$ 60 mil de gastos por ano.

Visto de investidor

O chamado "visto de investidor" para conseguir o green card teve o Brasil pelo terceiro ano consecutivo como o país onde o consumidor mais busca esse tipo de empreendimento.

Em 2017, o país mais procurado pelos brasileiros voltou a ser os EUA, onde esses imigrantes investiram US$ 37 bilhões, gerando mais de 74 mil empregos segundo levantamento da U.S. Bureau of Economic Analysis.

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