Rio - Vale quase tudo para o comércio do Rio faturar mais no fim do ano e compensar o desempenho fraco em outros meses. E abrir aos domingos é a tática para algumas lojas de rua e salões de beleza impulsionarem vendas e serviços. Embora o resultado dessa prática não seja mensurado - segundo o presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDL-Rio), Aldo Gonçalves -, os comerciantes afirmam que é aposta que pode ter saldo positivo.
Proprietária do salão Studio da Beleza, que fica na Lapa, Região Central do Rio, a cabeleireira Núbia Mozambite Peres, 50 anos, por exemplo, decidiu abrir as portas no domingo, dia 23, e hoje. Ela contou que novembro foi muito fraco, e a ideia, agora, é tentar melhorar o caixa.
FALTA DE DINHEIRO
Ela acha que com a falta de dinheiro, as famílias colocaram o segmento de beleza em segundo plano. "As pessoas estão sem dinheiro, e quando isso acontece deixam de lado os salões, porque beleza não é primeira necessidade", avalia.
Mas com a correria que toma conta dos clientes às vésperas das festas de fim de ano, a oferta desse tipo de serviço no domingo também é diferencial e facilitador para quem não se programou. Filha de Núbia, Patrícia Mozambite, 32, que também trabalha no espaço, tem atendido pessoas com esse perfil.
"Abrimos porque as pessoas não têm tempo... O fato é que no período anterior à festividade não terem tido tempo para cuidar da beleza, como unha e cabelo...E principalmente porque tivemos queda no lucro em novembro", disse.
A técnica em Enfermagem Elizabete Paiva, 59, se deparou com o salão aberto no domingo, dia 23, às vésperas do Natal, e aproveitou: "É uma mão na roda encontrar serviço no domingo. No dia a dia, estamos com o tempo muito apertado, com muitas tarefas, e isso ajuda muito".
O presidente do CDL-Rio, Aldo Gonçalves, diz que, para superar a crise que afeta o Rio de Janeiro, é necessário usar muito a criatividade.
"Em meio à crise nacional que estamos vivendo, e especialmente a do Rio, que está numa situação difícil, com desordem urbana e a questão da Petrobras que afetou muito a economia local, o comércio tem que usar todas as ferramentas disponíveis que tiver. Vender a prazo, abrir aos domingos... cada empresário tem que desenvolver seu arsenal de ferramentas para superar essas dificuldades impostas pela recessão", analisou Gonçalves.