Jonas Donizette participou de reunião entre prefeitos e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Reprodução
Jonas Donizette participou de reunião entre prefeitos e o ministro da Economia, Paulo GuedesReprodução
Por MARTHA IMENES

Rio - Nem 65 anos, nem 62 para todo mundo. A proposta de idade mínima para aposentadoria do INSS deve ficar, como já disse o presidente Jair Bolsonaro, em 57 anos para mulheres e 62 para homens. Com isso, caso se concretize, ao invés de aumentar a idade, o governo vai reduzir em três anos o tempo para que homens e mulheres possam pedir o benefício no INSS.

Desde antes da posse em 1º de janeiro, Bolsonaro tem afirmado que a idade mínima das propostas para mudanças no sistema previdenciário não eram justas. "Um homem que trabalhe na construção civil não tem mais força para carregar um saco de cimento aos 65 anos", já chegou a afirmar Bolsonaro.

A proposta que será apresentada, especula-se, é mais branda do que as previstas no texto do governo Temer, em tramitação no Congresso, que elevaria a idade mínima de mulheres para 65 anos, como é a dos homens.

Prefeitos

Nesta quarta-feira, em reunião com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) o ministro da Economia Paulo Guedes teria apresentado alguns pontos da Reforma da Previdência, segundo o prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB), que preside a Frente.

O texto da reforma que ainda não foi oficialmente divulgado, e até "passeou" em Davos, na Suíça, tem levantado muitas especulações e provocado discórdia dentro do próprio governo, como a questão dos militares. Membros da equipe de Paulo Guedes defendem que a reforma seja única e englobe civis, servidores e militares. Mas outra "banda" do governo quer que a questão dos militares seja tratada de forma diferenciada.

Mas, após sair da reunião, o prefeito afirmou que Paulo Guedes quer uma reforma que valha para todos. "Será uma proposta para civis, militares, para todas as categorias. Uma mesma proposta e não separadas", afirmou Donizetti.

O que andaria emperrando as negociações seria o prazo de transição, que não está fechado. Donizetti contou que havia uma defesa para que o prazo de transição seja o menor possível. Na proposta de Temer esse prazo é de 21 anos. Na de Bolsonaro, estima-se que seja de 10 a 12 anos. "Para nós, que estamos na administração agora, seria importante que a transição pudesse valer para este momento. Não adianta jogar para o futuro um problema que está batendo na nossa porta agora", alertou ele, acrescentando que, assim como a União e vários estados, há muitos municípios com problemas no sistemas de aposentadorias.

Mesma regra para todos

Em reunião nesta quarta com o ministro Paulo Guedes, prefeitos pediram que a proposta de Reforma da Previdência valha automaticamente para estados e municípios. Segundo o prefeito Jonas Donizette, muitas prefeituras, principalmente de grandes capitais, estão com dificuldades financeiras e usam quase toda ou toda a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para cobrir o déficit da Previdência dos servidores locais. "Uma reforma previdenciária é muito importante para sustentar as aposentadorias futuras", disse.

O encontro reuniu prefeitos de quatro capitais: Porto Alegre, Teresina, Aracaju, e Rio Branco.

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