'O atraso nas análises dos benefícios não é um problema de hoje, mas já se arrasta há mais de dois anos', afirma Adriane Bramante, presidente do IBDP - divulgação
'O atraso nas análises dos benefícios não é um problema de hoje, mas já se arrasta há mais de dois anos', afirma Adriane Bramante, presidente do IBDPdivulgação
Por MARTHA IMENES
Um decreto publicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, propõe revisar todas as regulamentações, como portarias, resoluções, instruções normativas, ofícios e avisos, orientações normativas, diretrizes, recomendações e despachos de aprovação em apenas 18 meses. "Todo procedimento administrativo será modificado e isso traz uma insegurança jurídica significável", explica a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante. A advogada reforça que as instruções precisam estar adequadas a lei, do contrário poderão gerar uma enxurrada de ações na Justiça. 
Ela explica que a alteração de uma regra pode engessar a própria exigência de concessão e análise de um benefício. Um exemplo trazido pela especialista foi em relação aos benefícios rurais que, através da publicação da Circular 46 em junho deste ano, mudou o procedimento administrativo, aumentando de 30% para 60% os indeferimentos do INSS para os benefícios rurais.

"O IBDP concorda que as regras hoje são excessivas e precisam ser simplificadas, mas tal procedimento precisa ser feito com cautela e não realizado de maneira apressada, diante do risco de resultar em alterações indevidas das regras existentes e agravar ainda mais as dificuldades dos cidadãos e a judicialização", conclui Bramante.