As escolas particulares têm autonomia para definir os valores do reajuste da mensalidade conforme cada projeto pedagógico. Mas é preciso entender quanto será o aumento - Divulgação
As escolas particulares têm autonomia para definir os valores do reajuste da mensalidade conforme cada projeto pedagógico. Mas é preciso entender quanto será o aumentoDivulgação
Por Larissa Esposito*

Rio - Pensando no Ano Novo, é uma boa já se programar para os custos fixos e indispensáveis que o mês de janeiro traz nos orçamentos familiares. Um deles é justamente dedicado ao futuro dos pequenos, que é o reajuste da mensalidade escolar. O índice para a renovação de matrícula previsto será de pelo menos 8% para o ano letivo de 2020 nas instituições de ensino particulares do Rio e Região Metropolitana, conforme informou o Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio) e o Sindicato do Professores da Entidades de Ensino Particulares (Sinproep).

Procurado pelo O DIA, o Sinepe explicou, ainda, que as instituições têm autonomia para definir os valores do reajuste. Já o Sinproep divulgou que orienta as instituições a seguirem a Lei nº 9.870/1999. A norma dispõe sobre o valor total das anuidades escolares, de acordo com o "projeto pedagógico e as especificidades da sua comunidade de atuação".

No entanto, um recurso possível para driblar a alta é tentar negociar os valores. "É muito importante uma conversa aberta com a escola caso as mensalidades não caibam no orçamento, pois ela pode levar a alternativas criativas", orienta Marcelo Reis, especialista em vendas. "É possível, por exemplo, conseguir abatimento por um número de meses e bolsa de estudos", acrescenta.

Mesmo assim, é preciso ter um planejamento financeiro, conforme aconselha Renatta Gomes, especialista em finanças. "Reserve uma quantia para a compra de material escolar. O ideal é já chegar nesse momento com uma boa reserva financeira do ano que passou".

 

Comprovantes ajudam na hora da negociação
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Há quem não siga algumas das recomendações para o Ano Novo, mas que mesmo assim tem sorte para driblar a alta.
A autônoma Darlene Gonçalves, de 37 anos e moradora de Olaria, na Zona Norte, é um exemplo. Ela não costuma se planejar para o momento da renovação da matrícula da filha Julia, que atualmente está cursando o sétimo ano do Ensino Fundamental.
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"Há tantos gastos durante o ano que não sobra muito para fazer reserva, porém sempre consigo o dinheiro necessário na última hora", conta.
Mesmo assim, Darlene geralmente consegue negociar o valor da mensalidade. A autônoma leva comprovantes de renda anuais e negocia com a escola ao informar que não recebeu aumento no orçamento o suficiente cobrir o reajuste.
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Na escola contratada, o momento da renovação é antecipado. "Fico mais tranquila para o início do ano, visto que a renovação de matrícula já é feita no mês de novembro", diz.
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Como se adaptar aos novos valores
Com a finalidade de se preparar para o reajuste, os pais devem, em primeiro lugar, entender de quanto será o aumento na instituição de ensino em que a criança está matriculada e se ele está condizente com a realidade.
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"Analisar de forma geral os gastos da família e cortar ou ajustar outras despesas para deixar a criança num bom colégio e que esteja adaptada é mais importante do que pensar numa mudança nesse momento por causa de preço", avalia o especialista Marcelo Reis.
Mas para além das cifras, é extremamente importante escutar e perceber se a criança está ambientada na escola. "Caso não exista uma sinergia entre a criança e o colégio pode ser uma boa hora de procurar uma nova escola e que caiba no orçamento", diz Reis.
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Neste caso, o problema se torna uma oportunidade e os pais podem aproveitar o momento para ajudar os filhos e fazer uma troca de escola. Ao mesmo tempo, será feito um ajuste positivo do orçamento familiar.
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Outra saída é ficar de olho na proposta
Nem mesmo os pequenos que estão na creche fogem do aumento no preço da mensalidade. A estudante Thayná Oliveira, 20 anos, passa por esse drama com o filho Bernardo, que tem três anos.
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"É possível fazer um planejamento porque, normalmente, a escola manda no final do ano a previsão do aumento da matrícula do próximo ano letivo", afirma. "Dependendo do aumento, não cabe no orçamento. Por isso não dá para extrapolar nas festas de Ano Novo".
Thayná revela, ainda, que não precisou fazer uma negociação por não ter achado o reajuste tão absurdo. É justamente o que recomenda a pedagoga e gestora escolar Mariza Baumbach.
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"Verifique se o reajuste está de acordo com a realidade para não ser surpreendido com os argumentos da escola", comenta.
Para além disso, como aponta a especialista, é importante que os pais se lembrem do que levou à escolha da instituição e o quanto a escola proporciona para o seu filho.
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