Por Luiz Fernando Santos Reis*
Rio - O ano de 2020 será crítico para o Município do Rio de Janeiro. Teremos que eleger o prefeito e os vereadores, e é importante que tenhamos apreendido a lição nesses últimos três anos. A cidade vive um caos generalizado, e o Rio perdeu posição em qualquer estatística que se analise.

Segundo estudo da Firjan, a cidade, em apenas dois anos, caiu da segunda melhor para segunda pior situação fiscal entre as capitais brasileiras. No que tange aos investimentos, o volume baixou de 14,8% do orçamento em 2016 para 2,8% em 2018. As receitas, no mesmo período, também tiveram perda de R$ 2,52 bilhões.
A Comlurb, que era um exemplo de eficiência em coleta e descarte de lixo, tornou-se um problema: atrasos de pagamento fazem com que as empresas terceirizadas reduzam seus efetivos, ocasionando acúmulo de dejetos pelas ruas.

E ainda falando na Companhia Municipal de Limpeza: o município, que vive situação dificílima para pagar ativos e inativos, encaminhou aos vereadores um Projeto de Lei transformando os 2.440 funcionários celetistas da empresa pública em estatutários, o que significará aumentar o rombo na Previdência, que já ultrapassa R$ 31 bilhões.

Na Saúde, nenhum dos dez pontos da plataforma de campanha foi cumprido e estamos convivendo com uma situação absurda de descaso com a população. Todas as tentativas feitas pela atual gestão para conceder ou privatizar equipamentos ou serviços públicos foram infrutíferas. Tentativas de conceder para o privado, estacionamentos subterrâneos, creches e túneis entre outros foram anunciadas, não progrediram e tiveram os editais retirados.

Quem terá coragem de investir em um município com tamanha insegurança jurídica? Alguns exemplos, a atuação arbitrária e violenta no episódio da Linha Amarela, o não-pagamento dos fornecedores e a contratação improcedente de serviços ou obras por dispensa de licitação (70% do total) alegando caráter emergencial. Em breve entraremos no período de chuvas com um dos menores orçamentos da história para fazer a manutenção em dragagem de rios e canais, contenção de encostas, tapa buracos, limpeza e manutenção de galeria de águas pluviais.

Será que todo esse cenário é simplesmente fruto de falta de recursos? Ou falta de capacidade de gestão? Temos que escolher os candidatos olhando para o histórico, experiência para administrar e conhecimento de gestão da maquina pública.
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Não podemos ficar presos a uma indicação partidária e, em função disso, escolher alguém que não tenha noção do que é administrar uma cidade com o grau de complexidade do Rio. Principalmente se considerarmos o estado em que o novo prefeito irá recebê-la. Lembrem-se que de sua escolha dependerá o futuro da nossa cidade.
*Presidente-executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)