Nas ruas, consumidores e feirantes sentiram a diferença no preço dos alimentos básicos. Segundo pesquisa, Rio tem a segunda cesta básica mais cara do país, entenda o por quê.
Por Maria Clara Matturo*
Depois do aumento no preço do arroz, que deu o que falar no último mês, outros alimentos básicos da alimentação brasileira também sofreram aumentos consideráveis. Nas feiras, consumidores e feirantes notaram o aumento no preço da banana, que com o kg chegando a custar R$8,90, não está mais tão a "preço de banana" assim. De acordo com a Pesquisa Nacional de Cestas básicas de alimentos, levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 17 capitais, os produtos mais afetados foram o óleo de soja, o arroz agulhinha, o açúcar, a carne bovina, o tomate e a tão falada banana.
O levantamento mostrou ainda, que o preço do conjunto aumentou em todas as capitais brasileiras. No pódio das cestas básicas mais caras do país estão Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo, com as cestas básicas custando R$582,40; R$563,75 e R$563,35 respectivamente. Baseado na cesta básica mais cara, que é a da capital catarinense, o estudo considerou que o salário mínimo necessário para adquirir os produtos deveria ter sido de R$ 4.892,75, o que corresponde a 4,68 vezes a renda mínima atual de R$ 1.045,00.
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Com a dúzia da fruta chegando a R$6 nas feiras da cidade, o "preço de banana" passa a se tornar uma expressão mais elitista, assim como a fruta, que tem sido cada vez mais procurada pelos amantes do mundo fitness. Para conferir o preço dos itens, e ouvir a opinião dos consumidores, O DIA foi até a feira de rua de Vila Isabel. Nas barracas, o valor da dúzia da banana variou entre R$3, R$5 e R$6, enquanto nos sites e aplicativos que fazem entregas de supermercado, o kg da banana chegou a R$8,90.
"A banana tem sido um item cujo consumo tem tido aumento de procura, e a oferta se mantém, aumentando o preço. É uma fruta que voltou a ser apreciada, no passado banana era considerada uma fruta de segunda categoria, daí veio a expressão "a preço de banana", era algo muito barato, uma fruta de quintal", explicou o economista Gilberto Braga.
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Moradora de Vila Isabel, a aposentada Marilene Murari, de 72 anos, comentou a diferença dos preços: "o preço dos alimentos aumentou muito, ainda mais no supermercados. Os alimentos básicos, arroz, feijão, óleo subiram demais, em um momento que não deveria aumentar nada. As pessoas não tem trabalho, se não tem emprego, por que aumentar o gênero alimentício que é o prato da família brasileira?"
O aumento no valor desses alimentos é baseado em variações diferentes, como explicou o economista: "especificamente em relação a esses itens, são casos diferentes, a banana e o tomate são casos pontuais. O tomate é uma das frutas que tem tido mais variação ao longo do ano, os preços sobem e caem com grande variação. Quando o tempo esquenta a maturação é mais rápida, os preços caem para que os estocadores desovem as caixas. Quando tem a escassez, os preços sobem porque tem pouco".
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Quando se trata da variação no valor das cestas básicas, Gilberto afirma que a logística da capital fluminense justifica o posto de segunda cesta básica mais cara do país: "a cesta básica de alimentos do Rio é mais cara do que a média nacional em boa parte porque tem o custo de frete, já que aproximadamente 80% dos alimentos consumidos no território fluminense vem de outros estados. A produção do Rio só é suficiente na parte de folhagens, no restantes a capital não têm autonomia e compra esses alimentos, então temos uma dificuldade logística".
Diversificar para economizar
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Para manter a alimentação e a saúde em dia, com o alto preço de alguns itens, a substituição pode ser uma ótima opção. "Nós temos no Brasil uma grande variedade de frutas, legumes e verduras, esse é um ponto ao nosso favor. O tomate, que é usado nas saladas, temos outras opções como acelga, brócolis, cebolinha, couve e rúcula, que são as hortaliças da época. Esses alimentos são ótimos para elaborar saladas e estão com um bom preço, podemos esperar o momento mais adequado para inserir outros vegetais, como o tomate. Na salada também podemos incluir frutas, como a manga, e experimentar outros sabores", sugeriu Patrícia Santos, nutricionista e coordenadora do curso de nutrição do IBMR.
Na hora de substituir a banana, Patrícia recomenda algumas frutas que estão com um preço mais acessível: "temos várias outras frutas que estão na época, que podem substituir a banana. A laranja, assim como a banana, é rica em potássio. Abacaxi, manga, mamão e melão também estão na safra e são ótimas opções. O consumidor pode optar pelas frutas que estão com o preço menor e dar preferência a elas, sem problema algum".