Apesar do retorno baixo, a poupança continua sendo uma opção popular entre os brasileiros. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central, no mês passado, os cidadãos aplicaram R$13,2 bilhões a mais do que sacaram de suas cadernetas. Essa captação é 51% maior, se comparada ao mesmo período em 2019, quando os brasileiros depositaram R$8,72 milhões a mais do que tiraram. O resultado apontado pelo BC é o maior desde setembro de 1995.
"A rentabilidade da poupança segue uma regra, que leva em conta alguns fatores, que basicamente com a queda da Selic a rentabilidade fica comprometida", reforçou o economista Gilberto Braga, que caracteriza a caderneta de poupança como "o investimento tradicional da família brasileira".
O conhecimento do recurso e confiabilidade histórica, são fatores relevantes para o crescimento dessas aplicações, afirma o economista: "as pessoas continuam aplicando na poupança porque é um investimento tradicional da família brasileira. Entre não ganhar nada, deixar o dinheiro dormindo no banco e aplicar, elas aplicam na poupança porque há um conhecimento, uma confiança e uma praticidade".
Gilberto reforça ainda, a facilidade de se abrir uma conta poupança como outra característica importante: "muitos bancos oferecem uma poupança espelho, o cliente pode contratar essa poupança e o dinheiro que sobra no final do expediente bancário, na conta do correntista, é automaticamente depositado em uma poupança. Os outros investimentos, dependem do preenchimento de ficha, cadastro, contato com o gerente, a poupança não, o cidadão comum pode abrir sem qualquer tipo de burocracia".
Na prática, o rendimento negativo da poupança não significa que o saldo da caderneta vai diminuir, mas que o investimento não aumentou tanto quanto o preços, então a pessoa acaba tendo uma queda no seu poder de compra.