Por Luiz Fernando Santos Reis*
Assistimos pela televisão no dia 1º de outubro um debate entre os candidatos à Prefeitura do Município do Rio de Janeiro. O eleitor que quer o bem da nossa cidade deve ter ficado decepcionado e preocupado com o resultado visto. Após 1h30 de debate ficou no ar uma grande dúvida: afinal qual o plano dos candidatos para tirar o Rio da situação em que se encontra, considerando a realidade financeira que herdará?

Ouvimos 11 candidatos se acusando mutuamente e nenhum programa de governo. Algumas proposições totalmente descabidas, outras irrealizáveis e nada que transmitisse esperança.

Quem conhece a cidade sabe quais são as prioridades, quais gargalos existem, o que é possível e o que é impossível. É certo que o Rio, hoje, vive um contexto muito complexo. Somente alguém com muita determinação, capaz de estruturar uma equipe de governo extremamente competente e imbuída dos mais rígidos princípios de ética e transparência será capaz de transmitir esperança e evitar que a situação se deteriore mais ainda.
Sabemos que obstáculos existem e o maior certamente é a situação financeira. Os baluartes para o desenvolvimento certamente são Saúde e Educação. O que foi debatido sobre esses temas, que abordasse soluções possíveis de serem executadas e não promessas de campanha impossíveis de serem realizadas? E o transporte público, qual solução foi apresentada? E a infraestrutura que vem sendo apontada como a mola de retomada da Economia? Será que o município tem recursos para, ao menos, manter, conservar e melhorar o que já existe?

Haverá alguém interessado em investir em parcerias público privadas/concessões com a insegurança jurídica que aqui existe? Alguns dos grupos que pretendem participar da Concessão da Cedae, a maior do Brasil, já demonstraram preocupação face algumas atitudes tomadas na atual gestão. Não vimos, no debate, nenhum dos candidatos abordar esse tema.

Uma das soluções para melhorar as condições físicas de nossas escolas, hospitais, UPAs e centros de saúde, que estão em estado bastante precário, por exemplo, seria concessão/parceria público privada para iniciativa privada. Essa experiência já foi feita com sucesso na Bahia e em Minas Gerais. Quando analisamos a infraestrutura vemos na cidade ruas esburacadas, galerias de águas pluviais entupidas, rios assoreados, encostas sem tratamento prévio, viadutos e passarelas em estado precário, além de parques abandonados. Será que alguém viu algum dos candidatos abordar, com propostas propositivas, um projeto para atender essas demandas?

Precisamos conhecer os planos de governo de cada um dos candidatos para ver como estão tratando esses temas. Precisamos parar de ouvir acusações mútuas nos debates e na propaganda eleitoral. Nós cariocas que moramos e amamos nossa cidade a queremos recuperada para dela voltarmos a nos orgulhar. Vamos analisar com cuidado as propostas para escolher certo e mais uma vez não sermos iludidos.


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Presidente-executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro*