No evento, o presidente lembrou que há ainda muitas incertezas em relação à progressão da pandemia e que alguns países descobriram mutações do coronavírus, mas que a vacina será o que mudará o jogo definitivamente.
"Vimos hoje o que os mercados fizeram hoje com a especulação da vacina", afirmou ele, em referência ao anúncio da Pfizer e da BioNTech de que a vacina experimental que desenvolvem de forma conjunta se mostrou 90% eficaz na prevenção do coronavírus, o que animou mercados pelo mundo.
Liquidez
O presidente do Banco Central disse que o Brasil tem um colchão de liquidez muito grande para fazer frente à crise econômica trazida pela pandemia do coronavírus. "Vamos usar toda liquidez antes de pensar em outras medidas", afirmou.
Ele ressaltou que, diante da abundância de liquidez, o governo brasileiro resolveu disponibilizar recursos para os bancos repassarem ao mercado e ponderou que o Banco Central não tem departamento para avaliar créditos.
Campos Neto afirmou que é preciso ter coordenação para a retirada das medidas de estímulos e destacou a necessidade de que isso seja coordenado com o Executivo, Legislativo e Judiciário. "Ter coordenação para gastar é mais fácil, ter coordenação na saída será muito mais difícil", ponderou.
Ele afirmou que, no caso do Brasil, o ponto positivo é que medidas têm data para acabar. "É melhor dessa forma porque já tem uma estratégia clara de saída."
Linha de swap do Fed
O presidente do Banco Central disse que o Brasil não deverá usar a linha de swap aberta pelo Federal Reserve, a autoridade monetária norte-americana, para o País. "Não acho que precisaremos usar linha do Fed, mas é bom ter. A coordenação entre bancos centrais é muito importante para emergentes. Fed e Europa (BCE) agiram rápido ajudaram mercados", afirmou.
Em março, o Fed disponibilizou uma linha de US$ 60 bilhões para Austrália, Coreia, México, Cingapura e Suécia, com o objetivo de promover liquidez no mercado internacional. Em 29 de outubro de 2008, no auge na crise financeira global, o Fed disponibilizou uma linha de swap de US$ 30 bilhões para o Banco Central brasileiro, no mesmo anúncio feito para os BCs de México, Coreia do Sul, e Cingapura. A autoridade monetária brasileira também não chegou a utilizar o instrumento naquela ocasião.
No evento desta segunda-feira, Campos Neto ressaltou que o objetivo da equipe econômica é reduzir o tamanho do governo e com mais investimento privado. Ele ressaltou que, com os juros mais baixos no Brasil, há uma perda de fluxo de investimentos em portfólio e um aumento nos aportes na economia real.