A queda do valor é reflexo das mudanças provocadas pela Medida Provisória 936 - DIVULGAÇÃO
A queda do valor é reflexo das mudanças provocadas pela Medida Provisória 936DIVULGAÇÃO
Por Maria Clara Matturo*
Rio - O fim do ano chegou e com ele o tão esperado 13º salário. Mesmo com a crise ocasionada pela pandemia, o benefício, que é pago trabalhadores com carteira assinada e a aposentados e pensionistas do INSS, deve injetar R$ 208 bilhões na economia, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Porém, dados do painel do Benefício Emergencial divulgado pelo Ministério da Economia, mostram que 8,5 milhões de contratos de trabalho foram suspensos entre abril e novembro, diminuindo assim o valor do 13º de muitos trabalhadores. Veja como se planejar e diminuir os impactos da redução do benefício: 
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Por que o 13º pode ser reduzido?
A queda do valor é reflexo das mudanças provocadas pela Medida Provisória 936, que permitiu a suspensão de contrato como medida para manter as vagas de emprego, como explicou o economista e planejador financeiro pessoal, João Gondim Neto: "o 13º será reduzido para muitos trabalhadores, neste ano, porque ele é calculado com base nos meses em que o trabalhador prestou serviço por mais de 15 dias. Como houve suspensão do contrato de trabalho, a expectativa é de que os meses em que o colaborador não trabalhou não sejam contabilizados, consequentemente, impactando o valor a ser recebido”.

O economista reforçou também, que uma possível segunda onda da covid-19 pode impactar, inclusive, no valor do benefício de 2021. "A Europa passa por uma segunda onda e alguns países enfrentam por uma nova fase de lockdown. Com a eleição do Joe Biden nos Estados Unidos, há uma tendência de que o novo presidente também tome medidas mais restritivas e que podem ser seguidas no Brasil, já que é esperada uma nova onda no próximo ano", explicou Gondim.
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Como se planejar para reajustar o orçamento?
Por conta da redução desse ano e a possível reprodução do impacto no ano que vem, o planejador financeiro reforçou a necessidade do planejamento e deu dicas para facilitar a adaptação. Segundo João Gondim, o ideal é mudar o hábito de contar com o 13º salário para pagar dívidas: "A ideia é que essa renda extra passe a ser uma receita para uso futuro, e não para pagar gastos do passado". 
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É muito comum que as pessoas façam compras exageradas em épocas festivas, principalmente nos finais de ano. Por isso, o especialista recomenda a reflexão para avaliar a real necessidade de fazer determinada compra. Os presentes também entram nesse pensamento, a demonstração de afeto pode ser feita de diversas formas, como através de uma carta ou presente feito de forma artesanal. De forma prática, evitar parcelamentos é uma boa estratégia. Assim, o seu ganho futuro já não será comprometido com gastos do passado. Além do mais, quem compra à vista sempre tem mais condições de negociar um bom desconto.
Por fim, o economista reforça a importância de ter uma organização financeira: "ao invés de contar com o 13º salário para pagar o IPTU, o IPVA ou o material escolar dos filhos, calcule esse gasto anual e divida por 12 e poupe esse montante a cada mês. Muitas pessoas tentam pagar os gastos eventuais, como o seguro do carro e o IPTU, com a receita eventual, como o 13º e as férias. O ideal seria encaixar o orçamento considerando as despesas eventuais dentro do orçamento mensal". 
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*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes